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Sindicato LAB exige o fim da «repressão sindical» na Amazon

«O acosso sindical está no ADN da Amazon», afirmou o LAB em Bilbau, numa concentração para denunciar a perseguição aos trabalhadores que lutam por melhores condições no centro logístico biscainho.

Dezenas de trabalhadores participaram numa concentração e conferência de imprensa convocadas pelo LAB para denunciar a repressão na Amazon de Trapagaran contra os grevistas 
Dezenas de trabalhadores participaram numa concentração e conferência de imprensa convocadas pelo LAB para denunciar a repressão na Amazon de Trapagaran contra os grevistas Créditos / LAB

Dezenas de trabalhadores da Amazon concentraram-se, esta segunda-feira, na capital biscainha, para denunciar a perseguição movida pela empresa aos grevistas no centro logístico de Trapagaran e exigir «o fim da repressão».

Na ocasião, o sindicato LAB, que convocou a mobilização, explicou que a empresa procurou minimizar o impacto das 18 jornadas de greve por um acordo que contemple melhores salários e condições de trabalho recorrendo à subcontratação de trabalhadores a empresas de trabalho temporário e à pressão individual sobre cada um dos grevistas.

Como, mesmo assim, as paralisações tiveram forte adesão, a Amazon começou a recorrer a processos disciplinares, «enviando uma mensagem clara aos trabalhadores: aderir às greves tem consequências», denunciou a estrutura sindical.

O LAB explicou ainda que a perseguição e o acosso aos trabalhadores que lutam pelos direitos não começou agora. Desde a abertura do centro logístico da Amazon na Margem Esquerda da ria, em Junho de 2019, houve 14 processos disciplinares – em que se incluem admoestações verbais, dias sem trabalho e sem salário, e um despedimento.

Todas estas medidas de pressão foram impostas a pessoal que participou em greves e que fazia/faz parte do sindicato LAB, afirmou a estrutura sindical em Bilbau, acrescentando que a Amazon «não só retorce a realidade como faz um uso malicioso do regime disciplinar», nomeadamente ao impor «sanções graves a factos tipificados como leves», e, nalguns casos, «violando o direito de defesa do trabalhador».

O LAB não vai tolerar «esta repressão da Amazon»

Outro aspecto apontado pelo LAB é a utilização de câmaras de videovigilância nas instalações «para espiar os trabalhadores», algo que foi recentemente condenado por um tribunal de Barakaldo. Na sequência da intervenção sindical, a Amazon foi obrigada a reverter o castigo imposto a um trabalhador (dias sem trabalho e sem salário).

«O acosso sindical está no ADN da Amazon», acusa o LAB, afirmando que estes casos não são isolados e que a perseguição a quem se organiza pela melhoria das condições de trabalho alastrou. «Exemplo disso são as acções legais iniciadas pelo sindicato britânico GMB contra a empresa por desincentivar a filiação na unidade de Coventry», alertou.

Neste contexto, o LAB deixou claro que não vai tolerar «esta repressão da Amazon», que encara também como uma ameaça dirigida «muito claramente» ao próprio sindicato.

Além de fazer um apelo à solidariedade com os trabalhadores da Amazon, a estrutura sindical sublinha que, «longe de se amedrontar», vai estar com os trabalhadores, «que se mantêm firmes nas suas reivindicações».

«Só através da organização e da luta colectiva será possível travar este gigante do comércio electrónico», afirmou.

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