Quatro anos depois da exumação do corpo do escritor - por terem sido levantadas dúvidas sobre as causas da morte -, uma equipa internacional de investigadores anuncia que não foi o cancro da próstata que o matou, desconhecendo ainda as verdadeiras razões.
Pablo Neruda, poeta, político e membro do Partido Comunista do Chile, morreu aos 69 anos em Santiago do Chile, a 23 de Setembro de 1973, poucos dias depois do golpe militar que levou ao poder Augusto Pinochet.
Em 2011, o Partido Comunista do Chile apresentou em tribunal uma queixa, exigindo que a morte do poeta fosse investigada. A queixa teve por base declarações de Manuel Araya, antigo motorista do escritor, segundo as quais Pablo Neruda teria sido envenenado.
O corpo do Nobel da Literatura em 1971 foi exumado em Abril de 2013 e os exames e perícias médico-legais afastaram numa primeira instância a intervenção de terceiros na sua morte. Ainda assim, o juiz responsável pela investigação, Mario Carroza, manteve aberto o processo por considerar que os resultados não eram conclusivos e ordenou a realização de novos exames.
A equipa internacional de especialistas que examinou os restos mortais de Neruda divulga agora os resultados, que contrariam o que ficou declarado na certidão de óbito e não rejeitam liminarmente a tese de assassínio.
Nas análises feitas, dizem ter descoberto uma nova bactéria, não cancerígena, que está a ser estudada em laboratórios no Canadá e na Dinamarca.
Familiares de Pablo Neruda levantaram a hipótese de a sua morte estar relacionada com a inoculação do «estafilococo dourado», uma bactéria altamente agressiva e resistente à penicilina, que acelerou a sua morte.
Esta bactéria foi utilizada frequentemente pela ditadura militar de Pinochet (1973 – 1990) para eliminar os opositores do regime.
Os restos mortais de Pablo Neruda foram enterrados em definitivo em 2016, na Isla Negra.
Com Agência Lusa
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