Os ataques sauditas atingiram uma área residencial no distrito de al-Hazm (província de al-Jawf), matando pelo menos 25 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e provocando vários feridos. As vítimas assistiam a um casamento da tribo iemenita Bani Nouf, indica a PressTV.
Nesse mesmo dia, os caças sauditas já tinham lançado cinco ataques contra a área de al-Aqsha', também no distrito de al-Hazm, mas a imprensa local não divulgou o número exacto de vítimas.
O portal noticioso em língua árabe al-Khabar al-Yemeni revelou que, ontem, os anciãos das tribos de al-Jawf tinham contactado os Bani Nouf e «apoiado a vingança pelos ataques sauditas, sublinhando que um ataque aos Bani Nouf era um ataque contra todas as tribos em al-Jawf», indica a PressTV.
A mesma fonte informa que as tribos disseram «não» às ofertas que lhes foram feitas por representantes da Arábia Saudita, no sentido de «reparar e compensar» os danos e as perdas.
Este novo massacre contra civis e que voltou a atingir várias crianças ocorre um mês depois de o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ter anunciado que a coligação liderada pela Arábia Saudita seria retirada da «lista negra» por matar e ferir crianças no decurso das suas operações militares de agressão ao Iémen. Uma decisão que foi muito criticada pelo movimento Huti Ansarullah e por diversos organismos internacionais.
Ontem, o enviado especial da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, exigiu uma investigação transparente sobre os ataques aéreos perpetrados pela Arábia Saudita e seus aliados em al-Jawf, tendo qualificado os ataques contra a população civil iemenita como «repreensíveis».
Guerra de agressão há mais de cinco anos
A guerra de agressão saudita contra o Iémen, iniciada em Março de 2015 e apoiada pelo Ocidente, tinha como objectivo declarado suprimir a resistência do movimento Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.
Desde então, a brutal intervenção militar provocou grande destruição em zonas residenciais e arrasou quase inteiramente as infra-estruturas civis do país, incluindo hospitais, escolas, fábricas, sistemas de captação de água e centrais eléctricas.
Dezenas de milhares de civis foram mortos e a Unicef afirmou que «o Iémen é um inferno para as crianças», pois estas são particularmente afectadas pela fome e por doenças como cólera, difteria, sarampo e dengue. Como consequência da agressão militar, as Nações Unidas estimam que 80% da população iemenita necessita de ajuda humanitária.
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