Soldados israelitas à paisana, disfarçados de palestinianos, andavam em Hebron à procura de armas quando, de acordo com a imprensa israelita, se depararam com um palestiniano com uma arma.
Alegando que o jovem palestiniano disparou contra eles e «respondendo à ameaça imediata», as forças ocupantes mataram-no de imediato, segundo referiu à imprensa um porta-voz do Exército israelita, acrescentando que «nenhum israelita foi ferido no incidente».
O palestiniano morto foi identificado como Iyad Munir Arafat Ghaith, de 23 anos, residente em Hebron, uma cidade-símbolo da ocupação israelita e da resistência palestiniana. Na sua Cidade Velha, está instalado um colonato israelita, com cerca de 800 habitantes, que são protegidos por forças militares israelitas e impõem «um regime de humilhações e terror aos 30 mil palestinianos que aí vivem», sublinha o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Incursões e mortes frequentes
As incursões nocturnas das forças militares israelitas em cidades, aldeias e campos de refugiados na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, ocorrem quase diariamente. De acordo com a agência Ma'an, Ghaith é o 35.º palestiniano morto por israelitas em 2017. No mesmo período, oito israelitas foram mortos por palestinianos.
Nos anos recentes, 2016 foi um dos mais mortíferos e violentos para os palestinianos que vivem na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza. A Ma'an refere que, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016, 111 palestinianos foram mortos, na sua maioria a tiro, por forças israelitas.
Desde Outubro de 2015, quando teve início aquilo que ficou conhecido como a «Intifada de Jerusalém», os israelitas mataram mais de 320 palestinianos, segundo indica o Palestinian Information Center.
As forças policiais e militares de ocupação nos territórios da Palestina são frequentemente acusadas de «uso excessivo» da força e de implementarem uma política de «atirar a matar», na grande maioria dos casos em situações em que os palestinianos não constituem uma «ameaça» ou podem ser «controlados de forma não letal».
Esta política é implementada num contexto de quase total impunidade – quando não de enaltecimento – para os israelitas que matam palestinianos.
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