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União Europeia: manda quem pode

A interrupção da reunião do Eurogrupo evidencia não só as contradições que corroem a União Europeia, mas também a ausência de soluções.

As reuniões do Eurogrupo têm-se realizado por videoconferência, devido a pandemia do novo coronavírus. Na foto Mário Centeno, presidente do Eurogrupo a 8 de Abril de 2020.
Créditos / Consilium/press

A reunião do Eurogrupo foi interrompida, após cerca de 16 horas de discussão, por falta de consenso relativamente à resposta a dar à crise provocada pelo surto epidémico de Covid-19.

Trata-se da quarta reunião em pouco mais de um mês sem qualquer entendimento, o que demonstra não só as contradições que corroem a União Europeia, mas também a ausência de soluções.

No Eurogrupo, cuja reunião deverá ser retomada hoje, pontifica um núcleo de países mais ricos, incluindo a Holanda, que pretende impor mais dívidas aos estados com maiores dificuldades, trazendo à luz do dia a ausência da tão falada solidariedade europeia.

Recorde-se, o último Conselho Europeu, também ele uma reunião atribulada e sem qualquer acordo, mandatou o Eurogrupo para apresentar propostas concretas no prazo de duas semanas.

Um impasse que coloca a necessidade de, por um lado, manter a necessária articulação entre países com interesses e dificuldades semelhantes e, por outro, recuperar os instrumentos perdidos de soberania económica e monetária.

Caso contrário, Portugal corre o risco de ficar refém das contradições e dos impasses da União Europeia e, como na crise de 2008, sujeito à chantagem dos especuladores e das instituições europeias.

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