No país vizinho, com o aumento dos números de infectados, de doentes nos cuidados intensivos e de mortes, está em cima da mesa a possibilidade de os serviços de saúde não conseguirem dar resposta à situação de pandemia.
Um grupo de trabalho de Bioética da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Crítica e Unidades Coronárias (Semicyuc), que trabalhou em colaboração com a Sociedade Espanhola de Medicina Interna (SEMI), elaborou um guia ético para ajudar os profissionais de saúde a tomar decisões, se vier a colocar-se um cenário de escassez de recursos para todos os doentes – «Recomendaciones Éticas para la tomada de decisiones em la situación excepcional de crisis por pandemia COVID-19 em las unidades de cuidados intensivos».
Um documento dá orientações sobre a prioridade dos doentes, caso venha a verificar-se um cenário de falta de recursos nos cuidados intensivos, sustentado em critérios que não são estritamente médicos: também se fala em «valor social» e no número de pessoas a cargo.
O texto, disponível na página de Internet da Semicyuc, recomenda que, perante duas pessoas numa situação similar, deve ser «dada prioridade» àquela que apresentar uma «maior esperança de vida com qualidade».
Em pessoas idosas, acrescenta o texto, deve ter-se em contra a «sobrevida sem incapacidades» em detrimento da sobrevida considerada isoladamente. Ou seja, a idade não deve ser, por si só, um critério para dar prioridade a um paciente em relação a outro. O guia afirma-o de uma forma clara: «É importante assinalar que a idade cronológica (em anos) não deve ser o único elemento a considerar.»
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