Nesta quinta-feira, feriado nacional na Venezuela, as comemorações do Dia da Resistência Indígena tiveram início às seis da manhã com o içar da bandeira tricolor no Panteão Nacional, num acto que contou com a presença do ministro da Defesa, Vlamidir Padrino López, e da ministra para os Povos Indígenas, Yamileth Mirabal Calderón, informa a Prensa Latina.
Entre as actividades previstas para hoje, destaca-se uma homenagem ao comandante Hugo Chávez, no Quartel da Montanha, em Caracas, «para reafirmar o juramento ao líder socialista da lealdade dos povos indígenas da Venezuela com a Revolução e a defesa do seu legado».
Pelo Twitter, o presidente venezuelano reivindicou o papel assumido pelos povos originários «face ao genocídio perpetrado pelo império espanhol no continente», salientando os «525 anos de luta pela sua dignidade, a sua cultura e o reconhecimento dos seus direitos», indica a AVN.
A Constituição da República Bolivariana da Venezuela, aprovada em 1999, consagrou os direitos dos povos indígenas. No artigo 119.º afirma-se que «o Estado reconhecerá a existência dos povos indígenas, a sua organização social, política e económica, as suas culturas, usos e costumes, idiomas e religiões, bem como os seus territórios e direitos originários sobre as terras que ancestral e tradicionalmente ocupam e que são necessárias para desenvolver e garantir as suas formas de vida».
Antes da Revolução Bolivariana, neste dia assinalava-se a chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano – ou seja, o início da colonização espanhola destas terras e o extermínio da sua população indígena.
Vingava a noção de «descobrimento» ou «descoberta», e 12 de Outubro chegou a ser celebrado como «Dia da Raça». Contudo, na Venezuela revolucionária, um decreto do presidente Hugo Chávez, datado de 10 de Outubro de 2002, instaurou o Dia da Resistência Indígena. Desde então, a 12 de Outubro assinala-se a gesta heróica dos povos aborígenes da América e o reconhecimento da luta pela sua dignidade, diversidade cultural e humana.
Evo Morales condena «neocolonialismo»
Também na Bolívia se assinala a resistência dos povos indígenas. No Dia da Descolonização (12 de Outubro), além do reconhecimento aos que foram mortos durante a colonização, o Estado Plurinacional boliviano promove actividades destinadas a fomentar, divulgar e implementar políticas públicas de descolonização, informa a TeleSur.
O chefe de Estado boliviano, que em múltiplas ocasiões instou os governantes mundiais a empreender acções colectivas para defender o direito dos povos indígenas ao desenvolvimento, mantendo a sua cultura e costumes, denunciou o facto de «actualmente ainda se esconderem os crimes do imperialismo contra os povos indígenas».
No Twitter, Evo Morales criticou o facto de «se chamar "descobrimento" ao que na verdade foi uma invasão» e denunciou a existência dos «muros segregacionistas» erguidos pelo «neocolonialismo imperialista», que «procura dividir-nos com o racismo e alienar-nos com o consumismo», disse, citado pela TeleSur.
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