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Venezuela responde com firmeza a posicionamento intervencionista alemão

Após um encontro com o criminoso foragido Leopoldo López, o ministro de Estado alemão questionou a legitimidade das eleições venezuelanas. Arreaza respondeu-lhe afirmando que a estratégia alemã fracassou.

De acordo com o CNE, as eleições de hoje na Venezuela estão a decorrer com normalidade e a registar uma alta afluência
Dezenas de personalidades pediram à União Europeia que respeitasse o resultado das eleições de 6 de Dezembro na Venezuela Créditos / AVN

Niels Annen, que manteve um encontro com Leopoldo López, dirigente da extrema-direita venezuelana e golpista foragido à Justiça protegido por Espanha, disse que «a Alemanha continuará ao lado das forças democráticas» na Venezuela.

O ministro de Estado alemão criticou ainda as eleições legislativas, realizadas no país sul-americano em Dezembro último, tendo referido que «não foram livres, nem justas, nem transparentes», indica a Sputnik.

«Pontapés de afogados. O governo alemão resiste a assumir o fracasso da sua anti-diplomacia», escreveu esta quinta-feira o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, na sua conta de Twitter.

«No que respeita à Venezuela foram derrotados no terreno, na União Europeia e na ONU. Não conseguiram convencer os seus aliados a continuar a violar o direito internacional», escreveu ainda Arreaza a propósito das declarações de Annen.

O posicionamento parece divergir das declarações de um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Christofer Burger, que no final de Janeiro informou que o governo germânico deixava de reconhecer o ex-deputado golpista venezuelano Juan Guaidó como presidente interino.

Também a União Europeia (UE) deixou de reconhecer a Guaidó o estatuto de presidente interino, que o mandado de Washington havia «adquirido» a 23 de Janeiro de 2019, autoproclamando-se.

Hesitações e divisões no seio da UE

No entanto, o processo de «des-reconhecimento» foi tudo menos pacífico e as declarações de Niels Annen parecem remeter para uma divisão no seio da própria UE.

Numa sessão plenária em meados de Janeiro, o alto representante para Política Externa, Josep Borrell, foi alvo de fortes críticas – e, segundo refere o portal politico.eu, os deputados espanhóis e portugueses do Partido Popular Europeu destacaram-se – por, no início do mês, se ter referido a Guaidó como representante da «Assembleia Nacional cessante» da Venezuela.


Borrell também não se livrou das críticas do deputado e destacado dirigente socialista venezuelano Diosdado Cabello, que considerou «vergonhoso» que o representante da política externa da UE dissesse que não opinava sobre a Venezuela até que o novo inquilino da Casa branca se pronunciasse.

«Parece que Biden não só tomou posse como presidente dos Estados Unidos, mas também da UE, já que têm de lhe pedir autorização para fixar uma posição relativamente à Venezuela», disse Cabello no final de Janeiro, citado pela Sputnik.

Recorde-se que a UE rejeitou o convite que a Venezuela lhe fez para enviar uma missão de acompanhamento às eleições de 6 de Dezembro e anunciou que não reconhecia a legitimidade da Assembleia Nacional para o período 2021-2026.

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