Em causa está o direito à habitação, que a Constituição consagra, numa altura em que sobe o preço das rendas, mas também da aquisição de casa própria e dos juros do crédito à habitação, «sem que o Governo tome medidas sérias», alerta este grupo informal de cidadãos num comunicado enviado ao AbrilAbril.
Ao longo dos últimos meses, o Movimento «Sempre os mesmos a pagar», que no próximo dia 28, a partir das 20h, vai «dormir» na Praça General Humberto Delgado, na Invicta, tem vindo a promover acções de protesto e denúncia contra o agravamento do custo de vida, em particular da habitação, e a reclamar medidas do Governo, como o controlo do aumento das rendas, que no primeiro trimestre subiram 6,4% face ao período homólogo de 2021.
Dados revelados em Setembro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as casas ficaram 13,2% mais caras no segundo trimestre do ano, altura em que milhares de famílias já estavam a ser confrontadas com o aumento do custo de vida, que nos últimos meses se tem vindo a intensificar a pretexto da guerra na Ucrânia, como insistiu o primeiro-ministro, esta tarde, no debate na generalidade da proposta de Orçamento para o próximo ano.
E num período também em que os lucros dos grandes grupos económicos permitia concluir sobre a concentração da riqueza – fenómeno que, a avaliar pelos resultados divulgados até Setembro (ver caixa lateral), está para durar, até porque o Governo tarda em tomar medidas, como tributar as grandes fortunas e os lucros dos grandes grupos económicos, recusando-se igualmente a controlar preços e margens.
Alertando para o direito a viver com dignidade, num País onde dois milhões de pessoas estão em risco de pobreza, o «Sempre os mesmos a pagar» reclama ainda o reforço de salários, pensões e reformas.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui