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Balcão do Prior Velho na mira da CGD

O único balcão na freguesia do Prior Velho está na lista da administração do banco público para encerrar até ao fim do mês. Medida afecta população e comércio local. Ontem foi dia de protesto.

Os moradores criticam o encerramento e dizem que a vila se arrisca a ficar sem serviços públicos
CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

É a única entidade bancária ainda existente na localidade. Fechá-la seria uma decisão «catastrófica», admitiu na manifestação, ontem, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, que, após saber da intenção, enviou um ofício ao presidente do Conselho de Administração da CGD, questionando-o sobre a veracidade das notícias existentes.

Bernardino Soares sublinhou que os únicos responsáveis por este encerramento são a administração da CGD e o Governo, a quem compete poder travar este processo.

«É uma decisão catastrófica para a vila do Prior Velho, que tem mais de sete mil habitantes e muitas dezenas de empresas com milhares de trabalhadores. É já o único balcão bancário que aqui existe», realçou Bernardino, recordando que o banco público «tem obrigações especiais em termos de serviço público bancário».

«Desmantelar progressivamente agências e balcões da CGD significa afastar a Caixa das pessoas, da população, do povo mais humilde e essa é a sua mais- valia, enquanto serviço público e enquanto banco do Estado. Se deixar de ter isso, também irá entrar em crise», acrescentou.

No protesto agendado pela CDU, os moradores mostraram a sua apreensão face a um possível encerramento, queixando-se de que a vila do Prior Velho «se arrisca a ficar sem serviços públicos».

Sendo este o único ponto multibanco no Prior Velho, a população será obrigada a deslocar-se a Sacavém, a cerca de três quilómetros, para ter acesso a outro balcão. 

Critério: «rentabilidade económico-financeira»

A Câmara Municipal de Loures acusa ainda a CGD de encerrar mais um balcão «tendo como critério de análise a rentabilidade económico-financeira do mesmo, com consequências na redução de trabalhadores, quota de mercado e negócio dessa instituição bancária», retirando à CGD, «como único banco público português, o papel que deveria assumir no contexto do sector financeiro nacional» e indo «ao encontro dos interesses financeiros privados».

A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 500.

A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, imposta pela Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.


Com Agência Lusa

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