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Câmara de Cascais destrói hortas urbanas por causa do «mau aspecto»

A autarquia destruiu hortas informais construídas, sobretudo, por reformados que assim ocupavam o seu tempo, sem aviso prévio. O assunto foi levado à reunião de Câmara, esta terça-feira. 

Créditos / A Desassociada

O episódio aconteceu na passada sexta-feira. Sem qualquer informação prévia, a Câmara Municipal de Cascais mandou destruir um conjunto de hortas informais no Vale da Amoreira e o que nelas havia: desde as cercas que delimitavam o espaço, às barraquinhas onde os utilizadores, alguns há cerca de 40 anos, guardavam as suas ferramentas. 

Ao AbrilAbril, o vereador do PCP, Clemente Alves, regista que se trata de «uma falta de respeito» pelas pessoas que cuidavam a terra, salientando que, no concelho de Cascais, existem mais hortas informais do que aquelas que são apoiadas e organizadas pela Câmara Municipal. 

Relativamente à recente destruição, afirma que foi justificada pela autarquia, na reunião desta manhã, devido ao «mau aspecto» e porque as pessoas «estavam a usar produtos químicos». 

Clemente Alves denuncia que a autarquia se preocupa «com um grão de pesticidas numa horta informal, mas mantém-se em silêncio perante o atentado ambiental, cometido diariamente em Trajouce, que consiste no despejo de 200 mil litros de águas lixiviadas, provenientes da lixeira da Abrunheira, em Mafra, e que no dizer do presidente da Câmara: "Têm que ser despejadas em algum lado, e porque não em Cascais?"».

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