A Câmara Municipal do Porto não vai avançar com a compra da casa onde nasceu Almeida Garrett e outros dois edifícios confinantes, por proposta da CDU, devido ao preço exigido pelo proprietário.
Na avaliação realizada pela autarquia, o preço dos três imóveis foi calculado em 1,5 milhões de euros, o valor entretanto reclamado pelo proprietário ascende a quatro milhões. Por isso, e apesar do direito de preferência, a Câmara Municipal do Porto anunciou que não será possível avançar com a aquisição.
A vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, diz que a proposta do dono é «inadmissível», pelo valor exigido e pela falta de sensibilidade para a defesa do património, e assume que, pelas enormes carências da cidade, o Município não possa investir mais de quatro milhões em paredes e algum terreno, lamentando ainda que a casa não tenha sido comprada há mais tempo.
Recorde-se que o imóvel no centro histórico da Invicta, onde Almeida Garrett viveu até aos cinco anos de idade, ardeu em Abril, na semana em que a autarquia apresentou a proposta de compra, conforme recomendação da CDU.
«Tendo sido o Porto o berço da Revolução Liberal de 1820, de que se irão comemorar os 200 anos no próximo ano, é importante que, desde já, se procure adquirir a casa onde nasceu um dos maiores vultos do liberalismo e do romantismo, Almeida Garrett, visando instalar aí o que pode vir a ser um polo do museu do liberalismo», lê-se na proposta aprovada por unanimidade a 26 de Março.
Entretanto, e por recear que se transforme em hotel, Ilda Figueiredo admite que a Câmara Municipal do Porto deverá impor condições tendo em conta que o edifício, tal como a zona em que está inserido, tem interesse histórico a preservar.
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