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Assembleia da República aprovou reabertura da Urgência de Espinho, encerrada em 2007

«É o início de uma grande vitória!»

O Movimento de Utentes da Saúde de Espinho (MUSE) acolheu com «grande satisfação» a notícia da aprovação da reabertura do Serviço de Urgência Básica (SUB) do Hospital de Espinho. 

Varias foram as iniciativas dinamizadas pelo MUSE ao longo de 2017 pela reabertura do SUB
Créditos / MUSE

Foi no passado dia 26 que a Assembleia da República (AR) aprovou o projecto de resolução do PCP pela reabertura do SUB do Hospital Nossa Senhora da Ajuda, em Espinho, com votos a favor de PEV, BE e PAN, e com a abstenção de PS, CDS-PP e PSD.

Para Sónia Nobre, do MUSE, «esta é a prova de que lutar vale a pena e é isso que nos anima». Em declarações ao AbrilAbril, a representante do movimento de utentes reconhece que o projecto de resolução foi aprovado, «mas isso não faz com que abra amanhã», embora admita que «a urgência está lá e está equipada, só falta o pessoal».

Como tal, vão reunir já esta quinta-feira para pensarem em formas de reactivar a luta e fazer chegar a informação a toda a população de Espinho, «para que as pessoas saibam o que foi votado, por quem e de que maneira». 

«Temos que estar atentos e vigilantes. O povo vai-nos requerer isso»

sónia nobre, muse

Mas também para mobilizar a população «no sentido de exigir que seja posto em prática aquilo que foi aprovado na AR e que foi uma grande vitória do PCP, que liderou esta luta e avançou com um projecto de resolução logo em Março, mal fizemos o contacto com os grupos parlamentares que quiseram estar presentes».

Sónia Nobre frisa que «o PS ficou de pensar, mas moção não entrou nenhuma, e só na véspera da votação entrou uma moção do PEV e outra do BE, muitos meses depois, muita luta depois do povo de Espinho». 

A instrumentalização de um serviço público

A representante do MUSE aproveita ainda para denunciar que, depois de uma campanha autárquica «muito marcada pelo tema», em que «todos os grupos partidários e concorrentes às eleições, mesmo apartidários, fizeram bandeira da abertura da urgência, indo um bocado à boleia do MUSE. A verdade é que, na AR, a votação não reflectiu isso».

«Não se percebe muito bem que a nível do poder local seja dita uma coisa e a nível do poder central as decisões sejam outras», acrescenta.

Desde 2007 que os utentes do concelho de Espinho que necessitem de intervenção terapêutica avançada são obrigados a fazer vários quilómetros em direcção a uma das urgências mais congestionadas do País, a Urgência do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. 

Para Sónia Nobre, «ir a Gaia por causa de uma gripe é completamente desajustado e só vai prejudicar o normal funcionamento daquela instituição». «Se realmente tivéssemos urgência em Espinho, que ainda por cima tem a funcionar no edifício uma consulta de pneumologia, com RX instalado, penso que podíamos despistar muitas das infecções respiratórias associadas e prestar um bom serviço à população», conclui. 

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