O MUSP realizou ontem uma concentração junto às instalações da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, em Évora, a quem entregou posteriormente uma moção aprovada durante o protesto.
Ao AbrilAbril, Lina Maltez, porta-voz do movimento no distrito de Évora, explica que os serviços de saúde nas freguesias rurais, «um pouco por todo o distrito», ainda não têm médico de família, situação que se arrasta desde Março, data em que se verificou o início do surto de covid-19.
A responsável salienta que, estando o País numa fase de desconfinamento, não é aceitável que ainda não tenha sido reposta a totalidade dos serviços no distrito, da mesma forma que, denuncia a moção entregue à ARS Alentejo, o trabalho administrativo das extensões de saúde «não pode continuar a passar pelos funcionários das juntas de freguesia» e «as populações, sobretudo os mais idosos, isolados e com doenças crónicas, não podem ficar sem consultas médicas ou continuar a fazê-las por telefone».
A estes constrangimentos junta-se o corte de transportes públicos, de e para as freguesias rurais, o que impossibilita a deslocação à sede de concelho para tratar de assuntos médicos a todos os utentes que tenham transporte próprio. «Os serviços de transporte entretanto repostos continuam a ser manifestamente insuficientes para dar resposta a esta camada da população, que assim se vê cada vez mais isolada e limitada no seu direito à saúde», critica o manifesto.
O MUSP alerta para a necessidade urgente de reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde logo através da contratação de mais profissionais, e não aceita que o surto epidémico seja usado como «desculpa» para «concretizar um, há muito ambicionado, calendário de encerramentos de extensões de saúde nas freguesias rurais, ou sequer a diminuição dos serviços prestados».
Neste sentido, exige que a ARS Alentejo esclareça a população, nomeadamente quanto ao facto de ainda não ter sido assinada a adjudicação da obra do novo Hospital Central do Alentejo.
Também as câmaras municipais de Évora e de Montemor-o-Novo já apelaram à reabertura urgente das extensões de saúde das freguesias rurais.
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