São mais de 300 os trabalhadores da emblemática fábrica de Alcains, no distrito de Castelo Branco, que têm o futuro ameaçado. Esta segunda-feira, a Dielmar, uma das maiores empregadoras da Beira Baixa que nos últimos meses veio beneficiando do lay-off, anunciou que tinha pedido insolvência no final de Julho.
A pandemia e as restrições adoptadas foram o argumento utilizado para justificar uma decisão que pode dever-se afinal a uma gestão «muito pouco clara», nas palavras do ministro da Economia. Isto apesar dos sucessivos investimentos estatais na empresa, na ordem dos oito milhões de euros, e dos quais Pedro Siza Vieira parece estar pronto a abdicar.
Segundo o ministro, «não vale a pena pôr dinheiro fresco em cima de uma empresa que não tem salvação». Os comunistas refutam a afirmação e dizem mesmo que o Governo, tendo em conta a importância económica e social da empresa, «deve desencadear todos os instrumentos ao seu alcance para impedir o seu encerramento, para assegurar os postos de trabalho e assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores».
Até porque, frisam, «no actual quadro de desemprego, Castelo Branco não oferece alternativas de emprego», mas também porque «seria um crime desperdiçar as altas competências e qualificações das trabalhadoras e trabalhadores da Dielmar».
O PCP informa que vai questionar o Governo e o Parlamento Europeu sobre a situação, salientando que a unidade dos trabalhadores «é o caminho para salvaguardar» direitos e postos de trabalho. Ao mesmo tempo, alerta que também a Câmara Municipal de Castelo Branco «tem o dever de contribuir para se encontrar uma solução para a continuidade da empresa».
Fundada em 1965, a Dielmar, que já foi apontada como um caso de sucesso do sector têxtil, tem uma fábrica em Alcains e 11 lojas próprias.
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