A concentração, promovida pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), contou com uma tribuna pública, onde falaram utentes, movimentos, delegados sindicais, entre outros, expressando todos preocupação com o futuro do Hospital dos Covões, unidade que faz parte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
«Senhor [Fernando] Regateiro [presidente do Conselho de Administração dos CHUC], o que é uma questão técnica?», perguntava Augusto Figueiredo, utente dos Covões, num cartaz que empunhava durante a concentração, aludindo às justificações dadas pelo CHUC para a passagem da urgência para o nível básico naquele hospital.
Com 86 anos, decidiu estar presente na acção de protesto por considerar que aquele hospital «faz muita falta a Coimbra», vincando que «não pode fechar». «É uma luta de todos», frisou.
Na manifestação estiveram também vários profissionais de saúde do hospital. Cristina Varandas, assistente social há mais de 30 anos nos Covões, frisa que profissionais e utentes estão preocupados com a actual situação. «É uma falta de respeito pelos utentes, quererem fazer uma aglomeração de tudo nos HUC [Hospitais da Universidade de Coimbra]. Isso não faz sentido», realçou, considerando que quer os profissionais, quer os utentes deviam ser ouvidos no processo.
Também Luís Dias, técnico de radiologia no hospital, frisou que estava presente na concentração mais «como utente do que como profissional». «Este é um hospital que não serve apenas Coimbra, mas a população a Sul do distrito e a Norte de Leiria», realçou, recordando que o processo de «desmantelamento» do hospital é antigo, ao mesmo tempo que se vêem «clínicas e hospitais privados a crescer como cogumelos».
«Devolver a autonomia ao Hospital dos Covões (Centro Hospitalar de Coimbra) – Pelo direito ao acesso a cuidados de saúde de qualidade» é o tema da petição que deu entrada na Assembleia da República no início deste mês.
Com 4493 signatários, denuncia que os Covões têm vindo a ser «desprovidos de recursos humanos e materiais e despido de serviços médicos», e que a centralização de cuidados e serviços médicos nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) «apenas trouxe dificuldade no acesso (listas de espera enormes)».
No passado mês de Maio, também o PCP considerou «inadmissível» o fecho da enfermaria de Cardiologia e o Laboratório de Hemodinâmica do Hospital dos Covões.
Com agência Lusa
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