O Hospital Geral dos Covões passou, desde 2011, a integrar o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, tendo vindo desde então a encerrar e a limitar serviços «tão nucleares como os de gastrenterologia, neurologia, neurocirurgia, urologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, desarticulando equipas com grande experiência acumulada, desaproveitando a capacidade instalada».
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses denuncia que, antes de outras medidas para resolver a saturação dos Covões, o hospital precisa de contratar mais pessoal, nomeadamente enfermeiros. Numa nota emitida esta quarta-feira, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) alerta para a situação de «ruptura» do Hospital Geral dos Covões, que «atingiu o limite de internamentos», havendo «cerca de 30 doentes com Covid-19 a necessitarem de ser internados sem que para tal haja lugar». A estrutura sindical afirma que, não obstante a administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) preparar novas medidas, tal «não basta», sendo necessário que o aumento de camas para doentes com o novo coronavírus se faça acompanhar da contratação de mais recursos humanos, designadamente enfermeiros. O SEP insiste na importância do reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no que concerne ao aumento do número de enfermeiros, salientando a importância da vinculação daqueles que detêm um contrato de substituição e «estão a ser inadmissivelmente preteridos nessa efectivação». Neste sentido, apela à concretização urgente de um processo de conversão de contratos a termo em contratos por tempo indeterminado aos enfermeiros que foram contratados ao abrigo da Covid-19 e aos que estão na posição de substituição de enfermeiro temporariamente ausente. O sindicato regista que a pandemia evidenciou a «carência estrutural» de enfermeiros e a precariedade, «sendo inaceitável que não se tome uma decisão política para que, de uma vez por todas, se efectivem estes profissionais». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Covões em «ruptura» por falta de profissionais de saúde
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Mais recentemente foram também fechados os serviços de pneumologia e cardiologia. Uma antiga reivindicação dos utentes deste hospital, que chegou a servir mais de 800 mil pessoas, é a reabertura das urgências no período nocturno, que funcionam em horário limitado desde 2012. A pandemia levou o Centro Hospitalar a reconsiderar esta decisão, mas apenas por tempo limitado, retomando o horário estritamente diurno no passado mês de Abril.
Em comunicado, o MUSP - Coimbra defende ser «imperioso restituir a autonomia a este Hospital, assim como às unidades hospitalares abrangidas pela fusão no CHUC. É imperioso defender a valorização do SNS, que também confirmou capacidade e importância na resposta à pandemia, dos cuidados hospitalares mas também dos cuidados saúde primários e continuados».
Considera ainda que os Covões são «uma unidade de importância nacional e regional, confirmada pelo papel que teve no combate à epidemia de COVID 19» e portanto que é indispensável que o mesmo retome as valências que tem vindo a perder ao longo dos últimos anos «como foi o encerramento da urgência nocturna e o encerramento da necessária unidade de cuidados intensivos».
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