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Lisboa tem mais alojamentos locais do que Barcelona

O número de registos na cidade de Lisboa é actualmente de 17 937, enquanto na capital catalã se verificam cerca de 14 900. No Bairro Alto e na Madragoa, um terço das casas está para alojamento local. 

Créditos / Pixabay

Os dados são do Registo Nacional do Alojamento Local (RNAL), para a capital portuguesa, e das autoridades catalãs, que, refere o Dinheiro Vivo, nas cerca de 14 900 casas para uso turístico, se incluem as registadas (9657) e as ilegais (5257).  

Os 17 937 registos de alojamento local na cidade de Lisboa colocam-na à frente de Barcelona, que em Janeiro de 2017 aprovou um conjunto de medidas para regular e limitar a afectação de casas para alojamento local (Plano Especial de Urbanismo de Alojamento Turístico). 

A diferença ganha maior expressividade se tivermos em conta a diferença populacional entre as duas cidades: Barcelona, com 1,6 milhão de habitantes, e Lisboa, com 504 718, segundo dados de 2016.   

Os bairros mais pressionados por esta forma de alojamento em Lisboa são os históricos Castelo, Alfama e Mouraria, com cerca de 40% das casas cativas do arrendamento de curta duração.

Apesar de estarem suspensos novos registos desde Novembro de 2018, o Dinheiro Vivo adianta que, entre o final de Agosto de 2018 e o início de Janeiro deste ano «foram estes bairros que registaram aumentos mais expressivos», com mais 807 alojamentos locais, porque, revela o diário, «muitos proprietários lançaram-se numa corrida para licenças antes da entrada em vigor desta espécie de rolha». 

No final de 2018, a Câmara Municipal de Lisboa criou o limiar de 25% da habitação disponível afecta ao alojamento local para travar a abertura de novas unidades mas, adianta o Dinheiro Vivo, já nessa altura existiam cinco bairros que ultrapassavam esse limite: Castelo, Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa.

No Bairro Alto e a Madragoa, que em Janeiro deste ano tinham 4250 registos de alojamento local, um terço das casas estão direccionadas para o arrendamento de curta duração. 

No passado dia 27 de Fevereiro, o Município aprovou uma proposta apresentada pelo PCP em 2018 no sentido de avaliar o impacto do turismo na capital, à semelhança de outras cidades europeias, com o voto contra do PSD e a abstenção do BE.

O documento prevê que seja desencadeado um processo de diagnóstico e de avaliação de impactos, positivos e negativos, do turismo ao nível local, principalmente nas freguesias centrais de Lisboa, «com o objectivo de elaborar uma Carta do Turismo de Lisboa e introduzir um adequado conceito de Capacidade de Carga Turística». 

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