O transporte ferroviário no distrito do Porto marcou a agenda dos comunistas. Na intervenção de encerramento, esta tarde, o líder do grupo parlamentar, João Oliveira, anunciou a apresentação de um projecto de resolução que visa, entre outros aspectos, a reabertura da linha ferroviária de Leixões e a adopção de medidas para a electrificação e modernização da Linha do Douro, e para a electrificação, modernização e reabertura da Linha do Tâmega.
O objectivo é 3 em 1: melhoria, modernização e integral aproveitamento do transporte ferroviário no distrito do Porto. Como tal, este diploma contempla também a adopção de medidas «para defender e valorizar a capacidade instalada na região para a manutenção de equipamento ferroviário, designadamente a partir da EMEF».
«Queremos sinalizar a nossa crítica às recentes declarações do ministro do Ambiente que rejeitou a concretização da ligação do Metro à Trofa e reafirmamos os nossos compromissos junto da população»
JOÃO oLIVEIRA
Em matéria de direito à mobilidade das populações foi igualmente reafirmada a necessidade de concretizar o projecto de resolução comunista, aprovado por unanimidade na Assembleia da República, para o alargamento da rede do Metro do Porto, no sentido de iniciar a ligação à Trofa em 2017, e desenvolver os estudos necessários à ligação a Gondomar e a Vila d'Este-Gaia.
O líder parlamentar comunista garantiu que, e a par da intervenção e do contributo dado pelo PCP para travar os processos de fusão e privatização na STCP, Metropolitano de Lisboa, Carris, Transtejo e Soflusa, «levaremos à discussão a necessidade de travar a acelerada degradação das empresas de transporte e de repor os níveis de resposta operacional, nomeadamente quanto ao número de trabalhadores, à libertação das verbas para as operações de manutenção do material circulante e da infraestrutura, e ao avanço de investimentos urgentes».
João Oliveira avançou ainda que na audição do ministro do Ambiente que, por iniciativa do PCP, ocorre amanhã de manhã na Comissão de Economia, o PCP vai confrontar o Governo com estas questões e com a necessária resposta que lhes deve ser dada.
«Diminuiu a qualidade e a segurança»
Ontem, os deputados comunistas Miguel Tiago e António Filipe reuniram-se com o núcleo de Marco de Canaveses da Comissão de Utentes da Linha do Douro que revelou a «crescente diminuição da qualidade do serviço e da segurança» da ferrovia, e o «desagrado» em relação à qualidade das obras de electrificação efectuadas entre as estações de Caíde de Rei e Marco de Canaveses.
No encontro realizado na Estação da Livração, em Marco de Canaveses, os representantes da comissão de utentes informaram que os trabalhos «não correspondem ao projecto inicial» e põem «em causa a segurança do projecto final». Ao mesmo tempo apontaram aspectos em falta, como a duplicação da via, a modernização de estações e das infraestruturas.
O encerramento da Linha do Tâmega, em 2009, foi outra questão denunciada pela representante dos utentes. Lurdes Ribeiro esclareceu que desde o encerramento da Linha surgiram falsas promessas, avançadas tanto pela Câmara Municipal de Amarante, como por parte do PS, enquanto esteve na oposição.
Na prática, as populações continuam afectadas pela privação deste meio de transporte, colocando-se particularmente em causa a mobilidade dos mais idosos. Simultaneamente, alerta-se para o facto do encerramento da Linha do Tâmega representar um entrave ao desenvolvimento turístico da região.
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