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Plataforma Cívica defende aeroporto em Alcochete

A Plataforma Cívica Aeroporto BA6 – Montijo Não, defende o campo de tiro de Alcochete para a construção do novo aeroporto, admitindo que opção do Governo contém riscos para as populações e para o País.

Os subscritores contestam o «secretismo» e a «opacidade» com que, dizem, «a questão do aeroporto está a ser tratada»
Créditos / AbrilAbril

Apresentou-se esta quinta-feira junto ao Parque Empresarial Fisipe, no Barreiro, com vista para a Base Aérea n.º 6, a plataforma constituída a partir da subscrição de um manifesto que aponta fragilidades à opção do Governo, de utilizar a Base Aérea (BA) n.º 6, no Montijo, para a expansão da capacidade aeroportuária do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. 

São organizações, associações, movimentosinstituições, cidadãos e personalidades, entre as quais se encontra Carlos Matias Ramos, engenheiro e ex-presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). 

No texto que subscrevem lê-se que a opção pelo Montijo lesa os interesses do País e que, «em nome de um suposto crescimento, compromete por várias décadas um verdadeiro desenvolvimento sustentável de Portugal, em áreas tão importantes como o ambiente, a economia e a sociedade como um todo».

Entendem que se trata de uma «má solução», em particular para as populações de «uma vasta área» da Margem Sul de Lisboa, desde logo pelo «significativo aumento» da poluição atmosférica e sonora cujos impactos, admitem, terão consequências a médio e longo prazo.

Mas com impactos e perigos também a nível ambiental, «substancialmente superiores e mais gravosos» se comparados com «outras soluções já estudadas e quantificadas» nos planos económico, social e ambiental. Neste sentido, sublinham que a opção pelo Montijo representa um «grave atentado contra a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE) e a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), que constituem uma das maiores zonas húmidas da Europa». 

A nível económico os argumentos em defesa da BA6 são deitados por terra. Se, por um lado, esta opção apenas favoreceria as companhias de baixo-custo, que «já demonstraram pouco contribuir para as economias locais, regionais e nacionais», por outro, representaria uma solução de «baixa densidade de emprego», contribuindo de forma residual para a criação de emprego qualificado. 

Na óptica dos subscritores do manifesto fica também ameaçada a actividade turística, desde logo, o turismo que se dirige ao Estuário do Tejo – «um dos mais importantes Estuários da Europa e do Mundo», realçando que são mais de um milhão os amantes da observação de aves por toda a Europa e com influência nos principais operadores turísticos. 

«A implantação de um aeroporto com estas características, junto de zonas habitacionais já consolidadas como são os casos do Vale da Amoreira, Baixa da Banheira, Lavradio e Samouco, vem ao arrepio das melhores práticas que contrariam o conhecimento técnico e científico detido por eminentes figuras e organismos públicos de referência, nacional e internacional (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), defende a Plataforma Cívica, chamando ainda a atenção para o facto de, a consumarem-se as intenções da utilização da BA6 para a expansão do aeroporto de Lisboa, ficarmos perante «uma situação de adiamento injustificável da mais que necessária retirada do actual Aeroporto de Lisboa da zona onde está actualmente».

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