|Lisboa

População de Alfama ficou sem serviços bancários

No passado dia 30 de Abril fechou o balcão do Novo Banco na Rua do Jardim do Tabaco, em Alfama, quatro meses após o encerramento da agência da Caixa Geral de Depósitos. 

Dois meses e meio depois da «saída limpa», a falência do BES impõe a injecção de 4 mil milhões de euros pelo Estado na instituição, que é transformada em Novo Banco. Por esses dias o governo garantia que não haveria custos para os contribuintes
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Na reunião da Assembleia de Freguesia de Santa Maria Maior, na passada quinta-feira, os eleitos da CDU apresentaram uma moção contra o encerramento da agência do Novo Banco – que era a única presença bancária no Bairro de Alfama, na qual recordam que, apesar dos «mais de três mil milhões de euros» injectados pelo Estado na instituição herdeira do BES de Ricardo Salgado, a estratégia do banco tem passado por «reestruturações» assentes no encerramento de balcões e consequente despedimento de trabalhadores.

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Dia marcado por protestos contra encerramento de balcões da CGD

O anunciado fecho do balcão da CGD em Alfama, Lisboa, e de dois em Sintra, até ao final do ano, motivaram protestos da população esta quarta-feira. 

Agência da CGD, em AlfamaCréditos / Bancos de Portugal

Os utentes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) recusam ficar sem mais um serviço de proximidade e apelam ao Governo que garanta que a gestão do banco público atende às necessidades das populações. 

Em Lisboa, onde, tal como em Alfama, se prevê o encerramento do balcão da CGD de Marvila já na próxima semana, a população esteve concentrada esta manhã junto ao banco público, na Rua do Jardim do Tabaco, para contestar e exigir a reversão da decisão de encerramento deste balcão.

Os moradores e os pequenos comerciantes que ainda resistem no bairro, que nos últimos anos foi alvo de uma tremenda especulação imobiliária, recusam o encerramento, e consequente reencaminhamento para um balcão no bairro da Graça, e exigem que a Câmara de Lisboa intervenha junto da administração da CGD e do Governo pela manutenção do banco público junto das populações.

Entendem que o desaparecimento da agência da CGD pode ser mais um contributo para a desertificação de Alfama, com efeitos nefastos para os trabalhadores e para a população, sobretudo a mais idosa.

A ideia é reforçada numa petição criada pela Associação do Património e da População de Alfama (APPA), dirigida ao Governo e à administração da CGD, e aos órgãos de poder local. 

Hoje também, moradores de Agualva e Mira Sintra, e de Massamá e Monte Abraão, no concelho de Sintra, concentraram-se em frente à sede do banco público, em Lisboa, para protestar contra a intenção de encerrar duas agências em zonas habitadas por população mais idosa e com dificuldade em deslocar-se, que poderão ficar a uma distância de cerca de três quilómetros de outra agência da CGD.

O plano para encolher a presença e a quota de mercado da Caixa, imposto pela Comissão Europeia no âmbito do processo de recapitalização pública do banco, previa uma redução de 2200 trabalhadores e o encerramento de 180 balcões até ao final deste ano.

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Aprovado com o voto contra do PSD e a abstenção do CDS-PP, o documento intitulado «Alfama não pode perder mais» alerta para o facto de a decisão «impedir o revigoramento» do bairro, descaracterizado pela expulsão de moradores e pelo encerramento do comércio local. 

Os eleitos da coligação PCP-PEV realçam que o turismo não deve ser encarado como única actividade económica e denunciam que a realidade vivida em Alfama desde a passada sexta-feira é consequência da política de sucessivos governos, «com a complacência» da Câmara Municipal de Lisboa, que «deveria ser porta-voz dos interesses da população».

Neste sentido, apelam à Junta de Freguesia e ao Município para que façam as diligências necessárias no sentido de continuar a haver uma representação bancária neste histórico bairro de Lisboa.

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