Em causa está o encerramento da Classic Belmonte Shoes, que começou a laborar em Janeiro de 2017. Perante a situação, critica a CDU num comunicado, em vez de o presidente da Câmara Municipal de Belmonte, «assumir as suas responsabilidades perante um "empresário" que foi generosamente apoiado com o dinheiro dos contribuintes», opta por desvalorizar o facto de os trabalhadores terem estado sem receber dois meses consecutivos e acusa o sindicato têxtil de estar na origem do fecho.
«A Câmara não foi informada atempadamente e achei uma coisa estranhíssima. O proprietário foi ter comigo dizendo-me que tinha dificuldades financeiras, segundo me disse devia dois meses, o que não me parece escandaloso, a verdade é que se meteu o sindicato e, a partir daí, em 15 dias a fábrica encerrou», afirmou António Dias Rocha, citado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa (CGTP-IN).
Além de uma «ideia retrógrada e do "tempo da outra senhora"», a CDU frisa que a atitude do edil «não é inédita» e que os sindicatos não fecham empresas, tal como não destroem postos de trabalho. «Os sindicatos defendem o emprego e os direitos de quem trabalha», insiste a coligação PCP-PEV.
Já a estrutura sindical refere que as afirmações de Dias Rocha são ainda «mais graves», uma vez que, denuncia, desde Março foi sendo informado pelo sindicato dos salários em atraso e «nada fez».
Por outro lado, critica, «ficámos a saber que, para ele, trabalhar e não receber não é problema, nem é escandaloso. Ficamos a saber também que quem leva 550 euros para casa depois de um mês de trabalho pode perfeitamente viver sem receber».
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