|Eleições Autárquicas 2017

Teresa Leal Coelho lamenta que o PCP tenha trava a «concessão» dos transportes

PSD insiste na privatização da Carris e do Metro

Em entrevista ao Expresso, a candidata à Câmara da capital, Teresa Leal Coelho, disse que quer a Carris e o Metro nas mãos de privados e defendeu a lei das rendas.

No final de um processo difícil para o PSD, Teresa Leal Coelho foi a escolha de Passos Coelho para a Câmara Municipal de Lisboa
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

Para a candidata do PSD, o anterior governo não tem quaisquer responsabilidades na situação dos transportes do concelho a que é candidata. Em entrevista ao semanário, não reconheceu responsabilidade no corte de carruagens e horários do Metro ou na degradação do serviço da Carris. A «concessão» – privatização – tudo iria salvar, e tudo se perdeu porque o PCP a impediu, argumenta.

Mesmo quando confrontada pelos jornalistas com as medidas do anterior governo, concretamente com a redução do número de carruagens e o aumento dos tempos de espera (com a redução das composições, muitas paradas por falta de verbas para a manutenção e reparações, e a redução da velocidade máxima), Teresa Leal Coelho diz que tudo é culpa do actual Governo.

Se for eleita, garante, vai propor a privatização da Carris, entregue ao município pelo Executivo de António Costa. Mas, tal como acontece com o IMI zero que promete, a verdade é que não o pode fazer. Após intervenção do PCP, foi introduzida uma salvaguarda na transferência da gestão da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa: se a autarquia a quiser privatizar, regressa automaticamente ao sector empresarial do Estado.

Já quanto à lei das rendas (apelidada de «lei dos despejos» pela Associação de Inquilinos Lisbonenses), a candidata do PSD diz que os aumentos foram «justos». «Os senhorios também são pessoas», diz, logo depois de lamentar a saída de milhares de pessoas do concelho de Lisboa ao longo dos últimos anos.

A solução que apresenta passa por uma alteração legislativa para incentivar o arrendamento de longa duração, cuja competência é da Assembleia da República. Apesar de ser deputada, não vai fazer qualquer proposta nesse sentido. Já enquanto candidata a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, promete desviar os 15 milhões de euros de receitas da EMEL que vão ser canalizadas para a Carris, usando-os na área da habitação. Ou então a taxa turística ou a taxa de Protecção Civil, embora esta última seja para acabar.

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