A informação foi confirmada à Lusa por fonte oficial da unidade de saúde, depois de a data ter sido avançada em meados de Janeiro pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), a que pertence o Santa Maria, o maior hospital do País.
Na altura, Carlos Martins recordou que a interrupção da consulta esteve ligada com «menor capacidade de resposta aquando do movimento dos enfermeiros especialistas» em saúde materna e obstetrícia, que se recusaram a exercer funções nessa área por admitirem que não eram pagos para o efeito.
O Hospital de Santa Maria estava até hoje a encaminhar para uma clínica privada as mulheres que precisam de uma interrupção da gravidez, a custo da instituição.
Em comunicado emitido em Janeiro, a administração do CHLN referiu que, por proposta da direcção do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução, decidiu «recorrer, sempre que necessário, a unidades privadas, certificadas pelo Ministério da Saúde, para poder dar resposta atempada e com qualidade às grávidas que procuram» os serviços para um aborto.
O CHLN garantia que «o principal objectivo desta medida era naturalmente garantir a segurança, assegurar uma resposta em tempo útil e com qualidade, e evitar colocar a grávida em situações de risco, não esquecendo também a natural protecção aos profissionais».
Em 2016, o Hospital de Santa Maria realizou 467 interrupções da gravidez, todas por opção da mulher, segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, elaborado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
No ano anterior, este hospital tinha realizado 454 abortos, pelo mesmo motivo, de acordo com os dados da DGS.
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