A acção de luta, onde serão distribuídos documentos à população, visa alertar a população para as várias dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta nesta região e exigir respostas do Governo para os problemas há muito denunciados.
«O SNS teve uma importância decisiva para a melhoria dos indicadores de saúde, mas hoje encontra-se delapidado, fruto das opções políticas erradas de sucessivos Governos (PS, PSD e CDS), que ao longo destes anos se revelaram destrutivas para o SNS», refere a Coordenadora num comunicado enviado ao AbrilAbril.
Segundo os utentes, o serviço público atingiu «um limiar crítico» na região do Litoral Alentejano, onde 15% da população, aproximadamente, não tem médico de família. O caso «mais grave», dizem, verifica-se na freguesia de São Teotónio, em Odemira, onde cerca de 9000 utentes (35%) estão sem médico de família. No âmbito da semana de luta, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Odemira colocou a circular um abaixo-assinado contra a degradação de infra-estruturas, a falta de profissionais de saúde e, entre outras denúncias, o elevado tempo de espera de crianças e idosos no Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Odemira.
A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano denuncia o facto de não haver nenhuma unidade de saúde na região que esteja em horário alargado e exige um reforço dos profissionais. Apesar da campanha promovida pelo Governo, após analisar a lista dos centros e extensões de saúde, que, segundo o Ministério da Saúde, estarão abertos em horário alargado para situações de saúde não emergentes, a estrutura de utentes conclui não haver nenhuma no Litoral Alentejano. Dirigindo-se ao Ministério da Saúde, através de comunicado, pergunta «como é que um utente irá fazer se por acaso se na sua extensão de saúde não tiver médico, no dia em que está previsto»? E são várias as localidades dos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola e Odemira onde tal acontece. Uma vez que os horários «são os mesmos», «o afluxo ao Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano irá ser muito elevado porque não há nenhum reforço de recursos humanos», lê-se na nota. A Coordenadora das Comissões de Utentes e o SEP promovem uma acção esta sexta-feira, junto ao Hospital do Litoral Alentejano, para denunciar a falta de profissionais. A situação verificada na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) «põe em causa o normal funcionamento deste importante serviço público», revela o comunicado conjunto da Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano e do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN). «Só no que diz respeito à falta de enfermeiros, o próprio conselho de administração já tornou público que na ULSLA faltam pelo menos 100 enfermeiros, havendo outros a serem despedidos porque os seus contratos não estão a ser renovados», lê-se no texto. A não contratação destes profissionais, admite-se, poderá fazer com que «se fechem camas em vários serviços, levando a que menos utentes sejam operados, ou então, para não fecharem camas, reduzem o número de enfermeiros por turno, colocando em risco a segurança dos utentes». Os promotores da iniciativa realçam ainda «a grave falta» de médicos de diversas especialidades, como pediatria, urologia, cardiologia e ginecologia, mas também de assistentes operacionais, e exigem a tomada de medidas por parte do Governo de modo a corrigir «necessidades prementes». A concentração realiza-se amanhã, pelas 17h30, em frente ao Hospital do Litoral Alentejano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Neste sentido, os utentes exigem o reforço dos profissionais e um horário alargado para situações não emergentes, designadamente nos centros de saúde de Grândola e de Santiago do Cacém, bem como nas extensões de saúde de Odemira – São Teotónio e Vila Nova de Milfontes. Entretanto, não abdicam de reivindicações antigas, como a contração de médicos, enfermeiros, auxiliares, administrativos, entre outros, e a construção/reparação de edifícios como o Centro de Saúde de Santiago do Cacém e as extensões de saúde de Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém), Saboia (Odemira) e Vila Nova de Mifontes (Odemira). Junta-se a estas exigências a reabertura das extensões de saúde de São Francisco da Serra (Santiago do Cacém) e de Luzianes-Gare (Odemira). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Litoral Alentejano sem unidades de saúde com horário alargado
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Faltam pelo menos 100 enfermeiros no Litoral Alentejano
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Também na Extensão de Saúde do Canal Caveira (Grândola), refere o comunicado, «é inadmissível que utentes só tenham direito a cuidados médicos uma vez por mês». A falta de profissionais de saúde gera situações de longos períodos de espera, designadamente na consulta de oftalmologia do Hospital do Litoral Alentejano, e leva também ao encerramento de serviços e cancelamento de cirurgias.
Além da carência de pessoal, as comissões de utentes denunciam a existência de várias unidade de saúde a precisar de reparação, designadamente os centros de saúde de Alcácer do Sal e de Santiago do Cacém, e as extensões de Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém), Sabóia (Odemira) e Vila Nova de Milfontes (Odemira).
A Coordenadora das Comissões de Utentes exige «respostas e soluções» para os problemas denunciados, designadamente a «contratação e fixação de mais profissionais na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e a valorização dos seus direitos e rendimentos», salientando que a população «não pode continuar sem a salvaguarda de um direito constitucional básico e fundamental como é a saúde».
A concentração da próxima sexta-feira, junto ao Hospital do Litoral Alentejano, tem início marcado para as 16h.
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