A Rua do Vale de Santo António, situada na freguesia de São Vicente, em Lisboa, tem cerca de 600 metros de comprimento, constituindo-se numa das artérias mais inclinadas da capital, chegando aos 22% de inclinação no seu ponto mais íngreme. A primeira prova da Subida da Rampa do Vale de Santo António realizou-se em 1941, repetindo-se anualmente até 1954.
A atleta olímpica sagrou-se ontem campeã da primeira edição da prova em Portugal. Competição apresentava o «nível mais elevado em que alguma vez» participou. Provaram ser infundadas as dúvidas que assolavam a ciclista de estrada e BTT (bicicleta todo-o-terreno), Raquel Queirós, logo no arranque da prova. A atleta de 21 anos, de Vila do Conde, manteve-se competitiva desde a primeira etapa, em que tinha terminado num significativo 3.º lugar. 94 anos após a 1.ª edição masculina, que já cruzou as muitas estradas de Portugal por 82 ocasiões, é a vez de as mulheres ciclistas finalmente terem a sua própria competição. A edição inaugural, informa o comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), vai aproximar este primeiro momento da Volta a Portugal Feminina «à primeira edição da Volta masculina», recordando, ao mesmo tempo, «figuras emblemáticas do ciclismo feminino nacional, como Oceana Zarco». A primeira etapa, a realizar-se no próximo dia 2 de Setembro, percorrerá 81,5 quilómetros, entre Cacilhas (Almada) e Setúbal. «Será antecedida pela apresentação das equipas, no Marquês de Pombal (Lisboa), de onde as participantes partirão, em desfile, até ao Cais do Sodré. Daí tomarão um barco para Cacilhas. É uma recriação do início da primeira Volta a Portugal masculina, em 1927». A Volta a Portugal Feminina vai terminar, ao fim de quatro etapas, «da mesma forma que encerrou a primeira Volta a Portugal masculina, com uma ligação entre Caldas da Rainha e Lisboa». Será o mais longo trajecto da prova, com 94,7 quilómetros. A expectativa de Delmiro Pereira, presidente da FPC, é a de que a Volta a Portugal Feminina seja «uma motivação para as mais jovens ciclistas prosseguirem as suas pedaladas de desenvolvimento desportivo, tendo como horizonte uma carreira entre a elite». A prova será «também uma forma de atrair novas praticantes de competição, dado o enorme poder de atracção e simpatia popular gerado pela marca Volta a Portugal». A prova tem o apoio dos vários municípios pelos quais vão ciclar as atletas das equipas portuguesas, espanholas e britânicas, como é o caso das câmaras municipais de Lisboa, Loures ou Setúbal Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Vim para aqui sem saber o que o meu corpo poderia dar, mas é óbvio que estou muito, muito, muito contente por levar a camisola amarela para casa». A última etapa, que teve lugar ontem, «foi muito dura, mas tive a ajuda da minha colega Mariana Líbano e de outras corredoras portuguesas, que se uniram para garantir uma vitória nacional», declarou a atleta à Federação Nacional de Ciclismo. Raquel Queirós, que compete pela Velo Performance/JS Campinense, «concluiu as quatro etapas com 7h28m52s, menos 35 segundos do que a júnior Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanonvense Cycling Girls) e menos 48 segundos do que a catalã Iris Gómez, segunda e terceira, respectivamente». Com as ambições viradas para os Jogos Olímpicos de 2024, não é a primeira vez que a atleta portuguesa está em destaque. A 27 de Julho concluiu a prova de ciclismo todo-o-terreno (BTT) em 27.º lugar, entre atletas de topo mundial. Com o objectivo declarado de «motivar jovens ciclistas» e contribuir «para o desígnio da igualdade de género no desporto», desígnio anunciado pela Câmara Municipal de Setúbal, um dos organizadores desta prova, participam, ao todo, «84 ciclistas em representação de 14 equipas de Portugal, Espanha, Alemanha, Suécia, Estónia, Reino Unido, Irlanda, Colômbia e Nova Zelândia». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Raquel Queirós «faz história» na 1.ª Volta a Portugal Feminina
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Primeira Volta a Portugal Feminina, por um desporto mais inclusivo
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67 anos depois, o Mirantense Futebol Clube e a Associação Desportiva e Recreativa «O Relâmpago» recuperaram uma das mais autênticas provas desportivas dos bairros lisboetas, levando 67 ciclistas, em 2021, a enfrentar a vertiginosa etapa.
O «sucesso» da edição do ano passado foi semente de futuro. «No domingo, 16 de Outubro, pelas 10h, volta a subir-se em bicicleta a famosa rampa da Rua do Vale de Santo António, prova de 600 metros “trepadores”», anuncia a organização. «Para além da prova sénior, teremos a estreia de duas categorias infantis» abrindo, pela primeira vez na história, a prova a menores de 18 anos de idade.
Em 2022, a subida tem uma outra novidade: o «“Prémio da Varanda Mais Bonita e Enfeitada”, aberto à participação de todos os residentes da rua» representa um novo resgate da prova original dos anos 40, «engalanando toda a artéria e adicionando um colorido extra em toda a subida da Rampa».
As incrições para as diferentes categorias, femininas e masculinas, de diferentes idades, abrem no dia 12 de Setembro. Todos estão convidados a «participar ou a aparecer neste dia de autêntico Ciclismo Popular, apoiando assim os corredores na trepidante Subida da Rampa» de 2022.
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