Utentes lutam para travar degradação das ligações fluviais

A Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho (CUCS) exigiu ao final da tarde de ontem, em Lisboa, soluções urgentes para travar a degradação das ligações fluviais e exigir o cumprimento das carreiras estabelecidas.

Utentes e sindicatos reuniram-se para exigir a defesa do serviço público fluvial de transporte
CréditosManuel de Almeida / Agência Lusa

Conforme resolução dos utentes tomada na reunião do passado dia 16 de Dezembro, realizou-se ontem, entre as 17h30 e as 19h30, no terminal fluvial do Cais do Sodré, em Lisboa, uma tribuna pública.

Com o objectivo de mais uma vez denunciar e travar a degração do transporte prestado pelas empresas Transtejo e Soflusa, o protesto conto com a participação de largas dezenas de utentes, que exigem um reforço imediato da disponibilidade de embarcações a operar, e em condições de operar, de modo a garantir os horários estipulados.

A estes juntaram-se sindicatos dos transportes e as organizações de trabalhadores do grupo Transtejo para defender o serviço público fluvial de transporte e reclamar à empresa o seu cumprimento com a qualidade exigida pelos utentes. E são várias as críticas apontadas por estes ao serviço prestado, designadamente a falta de barcos em condições de navegabilidade, a falta de pessoal operacional, a desorçamentação da empresa, os atrasos e a supressão das carreiras.

Em comunicado, o CUCS refere que os utentes aproveitaram para recordar «os dias negros» vividos na primeira quinzena de Dezembro, em que a ligação do Montijo «foi particularmente afectada, com inúmeras carreiras a serem suprimidas». A comissão esclarece ainda que após reunião com a anterior administração, no passado dia 27, não receberam garantias de que tal situação não viesse a repetir-se, «embora tenha sido afirmado que a probabilidade era agora menor».

A explicação não deixa tranquilos os utentes que «pagam o seu título de transporte e definem a sua vida em função dos horários, já por si escassos». Entretanto, a CUCS anuncia que envidará esforços para exigir junto da Transtejo o escrupuloso cumprimento dos horários das carreiras, sem supressões. Reconhece, porém, que esta garantia «não parece possível sem um plano urgente de acções de reparação e manutenção regulares», que reduzam o risco de avaria e garantam a manutenção dos cerficados de navegabilidade das embarcações.

Na tribuna pública participaram, entre outros, Nuno Catarino, coordenador da CUCS, Ana Mesquita, deputada do PCP à Assembleia da República, José Manuel, coordenador da Fectrans, e Jorge Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Para Nuno Catarino, a tribuna «pode ser considerada uma recepção de boas-vindas à nova administração» do Grupo Transtejo, a quem vão solicitar uma reunião nos próximos dias para que os problemas no transporte fluvial no Tejo se resolvam.

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