As anomalias no transporte fluvial da Transtejo são denunciadas pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/ CGTP-IN), que afirma que se devem «a avarias de navios e à forte imobilização da frota desta empresa».
A «ruptura das condições de oferta aos utentes», que se verificou primeiro na Soflusa e agora na Transtejo, segundo a federação sindical, está ligada ao facto de estarem agora a ser sentidos os «efeitos de um brutal desinvestimento feito pelo governo do PSD/CDS, na lógica da privatização das empresas públicas de transportes». Alerta que pode «replicar-se noutras empresas, em particular no Metropolitano de Lisboa e na CP, onde as condições do material circulante e das infraestruturas vão sofrendo os efeitos negativos do desinvestimento nas empresas públicas».
Para a Fectrans, o governo do PS «em vez de assumir medidas concretas que respondam aos problemas do presente, tem desenvolvido um discurso de investimentos futuros, que são precisos, mas que nunca terão efeitos práticos antes de quatro a cinco anos».
Considerando que Portugal «precisa de um investimento profundo no material circulante (comboios, navios e autocarros) e nas infraestruturas», a organização defende várias medidas, que passam, por exemplo, por «garantir que navios e pontões da Transtejo e Soflusa sejam recuperados» e pela «recuperação do material circulante ferroviário existente de modo a que não se assista às frequentes supressões de circulações nas zonas suburbanas e nas linhas de menor tráfego (Algarve, Alentejo, Oeste)».
A estrutura sindical defende ainda «a recuperação dos comboios imobilizados do Metropolitano de Lisboa», que rondam os 20%, a recuperação da frota rodoviária das empresas de transportes urbanos de Lisboa e Porto (Carris e STCP) onde se verificam supressões, e a dotação das empresas «dos meios de manutenção e reparação de material circulante».
Defende ainda o alargamento dos serviços de atendimento de utentes, «a admissão dos trabalhadores em falta nas áreas operacionais e de manutenção», o fim da precariedade laboral e o fim dos «constrangimentos impostos às empresas, que a pretexto de garantir a transparência, que todos defendemos, tem conduzido à redução da capacidade de respostas das mesmas».
O comunicado sublinha ainda que «as empresas públicas devem prestar um serviço de elevada qualidade e que obrigue todas as outras a elevarem os seus padrões de qualidade, mas o que acontece é que, ao longo dos anos se tem nivelado todo o serviço de transportes pelos baixos padrões de qualidade das empresas privadas».
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