A concentração pela defesa do Serviço Nacional de Saúde juntou centenas de médicos e utentes de vários pontos do País, designadamente do Litoral Alentejano.
Num comunicado às redacções, enviado ontem, a Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano reagia à paralisação dos clínicos, invocando os motivos e apelando à população que «compreenda» os efeitos da greve, uma vez que está em causa «a contratação de mais médicos e a melhoria das condições dos diversos serviços».
«As Comissões de Utentes do Litoral Alentejano estão totalmente solidárias com os médicos em greve», lê-se no texto.
No Hospital do Litoral Alentejano, os utentes deparam-se com um conjunto «inadmissível» de situações provocadas pela falta de profissionais de saúde. A par da urgência pediátrica, que «funciona sem médicos pediatras», denunciam a existência de apenas um médico cardiologista e de um urologista para cem mil utentes.
Em resultado da escassez de médicos, a população é confrontada com longas listas de espera. «A primeira consulta de oftalmologia tem cerca de 2800 utentes em espera» e, acrescentam no comunicado, «para a consulta de otorrinolaringologia, o utente espera mais de 470 dias».
Além de apontarem o dedo à degradação do serviço público, as comissões de utentes criticam a gestão por parte da tutela. «O Ministério da Saúde gasta 120 milhões de euros com serviços de empresas de trabalho temporário, em vez de abrir concursos atempados para a contratação de médicos», afirmam.
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