Na sequência de um ano (2020), em que o próprio João Zúquete da Silva admite, em entrevista ao Diário de Notícias, que a Altice conquistou «a liderança plena do sector», anuncia-se que a medida de «convidar» trabalhadores a sair arranca esta quinta-feira.
Ao mesmo tempo, a empresa fundamenta a sua opção com «culpa» do Estado, nomeadamente no que respeita à actividade regulatória do sector.
A ideia é promover «rescisões voluntárias» a trabalhadores que possam solicitar a pré-reforma e, assim, pretende-se atingir sobretudo os trabalhadores mais velhos, para, segundo o director, adequar a empresa ao que o «mercado dita».
Assim, o plano em marcha deve, adianta, «englobar até cerca de dois mil colaboradores, de um total de perto de oito mil directos e quase 20 mil indirectos», admitindo, desta forma, que muitos milhares de trabalhadores prestam serviço à empresa, sem, no entanto, terem vinculação à mesma.
Mas a Altice não quer ficar por aqui e, paralelamente, pretende pôr em marcha «um programa, também voluntário, de rescisões amigáveis, em que o limite de idade não se coloca», com o objectivo de abranger «centenas de colaboradores».
João Zúquete da Silva, para evitar as responsabilidades da administração na saída forçada dos trabalhadores, advoga que esta opção laboral é da responsabilidade da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) e da Autoridade da Concorrência (AdC), uma vez que estas entidades «têm assumido uma postura de ataque permanente e de grande hostilidade, com impactos gravíssimos no nosso sector». A medida é assim justificada como retaliação, em particular, à acção da Anacom, nomeadamente no que respeita às decisões assumidas quanto ao 5G.
Recorde-se que, já em Março de 2019, a empresa avançou para mais de 800 «saídas voluntárias» de trabalhadores.
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