No Dia Internacional da Mulher, a Eurest anunciou o despedimento colectivo de 146 trabalhadores, 141 dos quais são mulheres, depois do que já realizara em Novembro do ano passado.
Segundo o comunicado emitido pela Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), a Eurest «tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros anualmente, dá milhões de lucros todos os anos» e «recebeu e continua a receber apoios do Estado neste período de pandemia».
Neste sentido, afirmam os comunistas, é «absolutamente inaceitável que a Eurest volte a despedir, especialmente considerando os lucros acumulados ao longo de largos anos no País».
«Em 2020 – explica o PCP –, a empresa recorreu ao lay off simplificado e logo depois despediu 122 trabalhadores, ou seja, recebeu dinheiros da Segurança Social, empurrou 122 trabalhadores para o desemprego e agora pretende despedir mais 146 trabalhadores».
O comportamento desta entidade patronal é classificado como «inaceitável e escandaloso» pelos comunistas, cujo grupo parlamentar então questionou o Governo sobre esse despedimento colectivo, tendo o Governo respondido que iria comunicar a situação à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Urge travar os despedimentos e valorizar os trabalhadores
Os comunistas lembram que têm «defendido e apresentado propostas no sentido da proibição dos despedimentos», sublinhando que «este novo comportamento confirma a urgência de medidas» que efectivamente os travem.
Num contexto de «acelerado crescimento do desemprego e do claro aproveitamento por parte do grande patronato» para «manter intocáveis os seus lucros, descartando os seus trabalhadores, importa defender os postos de trabalho e travar os despedimentos», afirma-se no texto.
Para os comunistas, a garantia da «dignidade na vida dos trabalhadores» e do «desenvolvimento do País, incluindo a tão necessária retoma económica», passa pela «defesa do emprego com direitos, dos postos de trabalho, dos salários por inteiro para os trabalhadores».
Repudiando a decisão dos despedimentos e manifestando solidariedade aos trabalhadores, o PCP pergunta ao Governo quando teve conhecimento da intenção da Eurest de proceder ao novo despedimento colectivo e que acções desenvolveu perante a comunicação da empresa; como avalia o comportamento de uma empresa que, em menos de seis meses, faz dois despedimentos colectivos, atirando para o desemprego 262 trabalhadores, 238 das quais mulheres; e que medidas pretende o Executivo tomar para defender os postos de trabalho.
Questiona igualmente o Governo sobre o valor dos apoios atribuídos pelo Estado à Eurest desde Janeiro de 2020 até hoje; sobre o valor recebido pela empresa no âmbito dos mecanismos de lay off; se a empresa recebeu algum valor ao abrigo do apoio extraordinário à retoma progressiva de actividade; e que medidas o Governo vai tomar face a esta situação.
São ainda colocadas várias questões relativas ao anterior despedimento colectivo, ao modo como o Governo o acompanhou, às acções que pretende tomar e às acções desenvolvidas pela ACT.
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