A eleição dos delegados decorreu no passado fim-de-semana, tendo a Moção A elegido 530 delegados e a Moção E 89, enquanto as plataformas locais, no seu conjunto, elegeram 35 delegados. Na Convenção confrontam-se duas visões diferentes para o BE, expressas nos textos das moções onde são abordadas as respectivas ideias e propostas.
Na Moção A «Uma Força Muitas Lutas», liderada por Mariana Mortágua, destaca-se a crítica à maioria absoluta do PS por ser «um governo de desgaste rápido que mantém privilégios e opacidade enquanto agrava a desigualdade e o empobrecimento do povo», assumindo como objectivo «uma vida boa para todas as pessoas, sem excepção: casa confortável, trabalho com direitos, serviços públicos de qualidade, tempo para desfrutar a vida num planeta habitável, acesso à cultura, bem-estar individual e colectivo». Noutro plano, a Moção assume que a redução do financiamento público, na sequência dos resultados eleitorais de 2022, «impôs uma exigente adaptação da estrutura partidária».
Quanto à Moção E «Um Bloco Plural para uma Alternativa de Esquerda - Um Desafio que Podemos Vencer!», encabeçada pelo ex-deputado Pedro Soares, sublinha-se a constatação de que a «social-democracia é passado», considerando que «uma qualquer forma de keynesianismo não é alternativa». Por outro lado, a Moção alerta para o facto de um «partido "de eleitores", "de propaganda", ou uma amálgama de ambos», perder o contacto com a realidade. «Afunda-se em manobras tácticas que geralmente levam a insucessos», acrescenta, considerando que «continuar por esse caminho é prosseguir o caminho das derrotas».
A Convenção, que elegerá a nova direcção do Bloco de Esquerda, deverá confirmar Mariana Mortágua como nova coordenadora.
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