O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, disse hoje no Parlamento que o aumento extraordinário das pensões negociado com o PCP, no valor de dez euros, a decorrer já em Janeiro, vai custar 270 milhões de euros.
«Em 2021, pela primeira vez nos últimos anos, o aumento será de dez euros para todas as pensões até 1,5 IAS [Indexante de Apoios Sociais]», afirmou João Leão, sublinhando que esta será a medida com «maior impacto» na despesa do Orçamento para 2021.
O aumento abrange quase dois milhões de pensionistas com pensões até 685 euros e foi reproduzido na imprensa como um «custo».
Mas se se analisar, por exemplo, a factura do Novo Banco, que, juntando resolução e garantias da privatização, já cobrou aos portugueses perto de nove mil milhões de euros, apesar de não estar ao serviço da economia nacional, o termo soa exagerado.
Não obstante outros estudos que se poderiam realizar, nomeadamente quanto a um maior aumento das pensões, uma leitura rápida dos números permite concluir que o dinheiro entregue até agora ao Novo Banco (para o ano há mais) permitia pagar este aumento extraordinário durante mais de 30 anos.
Recorde-se que a actualização das pensões foi retomada em 2016, após a derrota da coligação PSD/CDS-PP nas eleições de Outubro de 2015 e o seu afastamento do governo.
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