A deputada comunista lembrou as consequências das carências de pessoal nos vários sectores da Administração Pública, com «elevados tempos de espera para consultas, exames, tratamentos e cirurgias», na Saúde, ou «a contratação de trabalhadores em regime de tempo parcial, por 3 ou 4h, contrariando o compromisso assumido de combate à precariedade», na Educação, sector onde «é preciso vincular os 713 professores que ficaram de fora» no último concurso, acrescentou.
As consequências da falta de pessoal na Administração Pública fazem-se sentir ainda noutros serviços, adiantou Paula Santos. «Há atrasos no deferimento de pensões e no pagamento de prestações sociais, como o abono de família, porque a Segurança Social não tem trabalhadores suficientes para tratar os processos com a celeridade necessária», referiu, e «nos museus não há trabalhadores que garantam a segurança e a vigilância e a protecção do património».
O PCP considera que «o reforço da contratação de trabalhadores que é exigida não se vislumbra» na proposta do OE2018 e pede «medidas excepcionais e extraordinárias de contratação de trabalhadores» e que não se deixe «os processos à espera de autorização».
Apesar de outros grupos parlamentares terem abordado os problemas de carências dos serviços públicos, fizeram-no a partir das mais mediáticas cativações. Sobre os trabalhadores e a sua falta, nenhum outro deputado questionou o primeiro-ministro.
Recorde-se que há praticamente uma década que as contratações na Administração Pública estão fortemente condicionadas, com a aplicação da regra de que só entra um trabalhador com a saída de dois. No OE2018, o Governo pretende substituir essa fórmula pela entrada de dois trabalhadores por cada três saídas, o que, a confirmar-se, deve revelar-se insuficiente face às carências relatadas por Paula Santos.
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