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Presidente da República participou na inauguração de uma escola da prelatura pessoal da Igreja Católica

Marcelo acompanha Opus Dei «há décadas», mas não tanto como os amigos gostariam

O Presidente da República esteve na inauguração de um colégio inspirado pelo Opus Dei onde disse acompanhar «o percurso da "Obra", e desta obra, há muitas décadas», ainda que não tão perto como «alguns amigos» teriam gostado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a inauguração das novas instalações do Colégio Mira Rio, em Lisboa. 7 de Novembro de 2017
CréditosNuno Fox / Agência LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença na inauguração das novas instalações do Colégio Mira Rio, uma escola feminina de inspiração do Opus Dei («Obra de Deus», em português), na última terça-feira, de acordo com a Lusa. A participação  do Presidente da República não consta da agenda oficial publicada na página da Presidência.

O Presidente da República disse que participava «com grande alegria» na inauguração do espaço, em Telheiras (Lisboa), que contou ainda com a presença do presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, do antigo presidente do BCP, Jardim Gonçalves – elogiado por Marcelo – e do vigário regional da Opus Dei em Portugal.

«Pessoalmente, acompanho o percurso da "Obra" [Opus Dei], e desta obra, há muitas décadas. Não quis o destino que partilhasse tão intensamente quanto algumas amigas e alguns amigos meus teriam gostado. Mas tenho, um pouco por toda a parte, muitas amigas e muitos amigos, parte dos quais aqui presentes, que continuaram essa caminhada», afirmou, citado pela Lusa.

O Colégio Mira Rio integra o grupo Colégios Fomento, criado em 1978 por orientação do Opus Dei, com a participação muito activa de Jardim Gonçalves. À semelhança da estrutura da «Obra», o grupo tem dois colégios masculinos e outros dois femininos (em Lisboa e no Porto).

A ouvir Marcelo Rebelo de Sousa estavam ainda pais, alunos e professores dos colégios do grupo em Lisboa (Mira Rio, feminino, e Planalto, masculino), entre os quais o presidente do PNR, José Pinto-Coelho.

O Presidente da República também defendeu a «liberdade no ensino, a liberdade na educação» e disse às alunas da escola do Opus Dei que devem ter consciência de que são privilegiadas, como ele próprio também foi.

As teias obscuras que suportam a «Obra de Deus»

O Opus Dei é proprietária de apenas três jazigos em Portugal, apesar de controlar activos no valor de, pelo menos, 50 milhões de euros, de acordo com uma investigação do Diário de Notícias, publicada em 2013. Ainda que nada esteja em seu nome, é este património que suporta a actividade da «Obra» no País, através de uma teia de participações dos seus membros em empresas, cooperativas, associações, instituições particulares de solidariedade social.

A Fundação Maria Antónia Barreiro, constituída com a herança da milionária com o mesmo nome, constitui o maior activo, gerido por membros do Opus Dei, apesar de o advogado que redigiu o testamento (que se tornou presidente da Fundação) admitir que Maria Antónia Barreiro não sabia que a sua fortuna seria usada exclusivamente para sustentar a «Obra», em declarações à revista Sábado, em 2012.

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