Os lucros da Media Capital, ainda nas mãos do grupo espanhol Prisa, subiram 4% em 2017, para 19,8 milhões de euros. A empresa continua na mira da Altice, que, para além dos lucros, olha essencialmente para a oportunidade de juntar a produção audiovisual e a liderança de audiências na televisão e na rádio à sua presença tentacular no sector das comunicações.
Apesar de ter sofrido uma redução acentuada nos seus proveitos, de cerca de 5%, a Media Capital conseguiu segurar os lucros através de cortes muito acentuados nos seus gastos operacionais (onde se incluem gastos com pessoal), particularmente na Plural (menos 17%).
Líder na TV e rádio na mira do monopólio das telecomunicações
Recorde-se que a Altice detém, através da antiga Portugal Telecom, a maior operadora de telecomunicações, a concessão da televisão digital terrestre e a rede de comunicações de emergência SIRESP. Caso se concretize a compra da Media Capital, passa a contar com a TVI, o grupo de rádios que inclui a Comercial e a M80, a produtora Plural e o portal IOL.
O processo de compra da Media Capital pela Altice está em análise pela Autoridade da Concorrência, que tem poder de veto sobre o negócio. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social, cujo parecer era vinculativo, abdicou de tomar posição, apesar dos riscos apontados pelos serviços técnicos. Já a Autoridade Nacional de Comunicações deu um parecer negativo à operação, não vinculativo.
No final de Janeiro, a petição «É necessário travar a Altice», que exige o fim do processo de concentração que condiciona o acesso à informação e os interesses nacionais, já tinha recolhido mais de mil subscritores. Entre os primeiros signatários contam-se personalidades como o jornalista Alfredo Maia, o actor André Albuquerque e o economista Carlos Carvalhas.
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