O Governo pode reduzir o número de turmas dos cursos científico-humanísticos de forma a aumentar o número de estudantes a frequentar os cursos profissionais, aponta a edição de sábado do Jornal de Notícias.
O Ministério da Educação confirmou a intenção de cumprir as orientações de Bruxelas que apontam para que 50% dos estudantes do Ensino Secundário frequentem cursos profissionais, um objectivo traçado pelo anterior ministro da Educação, Nuno Crato. No Programa Nacional de Reformas, apresentado pelo Governo em Bruxelas em 2016, estava inscrito o objectivo de direccionar 55% dos estudantes para vias profissionalizantes.
O gabinete de Tiago Brandão Rodrigues assume que podem vir a ser feitos «reajustamentos» da rede de forma a ser cumprida a meta. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais, em declarações ao JN, isso pode passar pelo número de turmas.
O número de alunos em cursos profissionais chegou aos 45% em 2014, tendo diminuído no ano seguinte. A aposta nesta via tem merecido a crítica dos estudantes, que apontam para uma tentativa de criar mão-de-obra desqualificada, empurrando esses jovens para o mercado de trabalho precocemente.
De acordo com os últimos dados da Direcção-Geral de Estatísticas de Educação, a percentagem de alunos das vias profissionalizantes que prosseguem os seus estudos no Ensino Superior situou-se nos 16% no ano lectivo de 2013/2014, enquanto aqueles que abandonaram os estudos representavam a esmagadora maioria, 82%.
No início deste ano lectivo, o ministro do Ensino Superior contabilizou 200 mil portugueses que seguiram vias profissionalizantes, terminaram o Ensino Secundário e se viram impedidos de ingressar no Ensino Superior.
Pelo contrário, mais de 80% dos estudantes dos cursos científico-humanísticos ingressam no Ensino Superior após a conclusão do Ensino Secundário.
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