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Pedro Nuno Santos quer neste Orçamento do Estado aquilo que o PS nunca fez

Com todos os holofotes apontados, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos discutiram o Orçamento do Estado para 2025, passando a ideia que o papel da Assembleia da República é meramente acessório. O PS parece querer o que nunca quis. 

CréditosFilipe Amorim / Lusa

Depois de cartas trocadas, mensagens enviadas e reuniões secretas, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos assumiram a relação e, à luz do dia, realizaram um encontro para discutir o Orçamento do Estado para 2025. O Governo precisa, em parte do PS para viabilizar o documento, e o partido com sede no Rato parece estar disposto a dar a mão ao PSD. 

Após a reunião, Pedro Nuno Santos convocou a imprensa para a sede nacional do PS e, talvez não se lembrando que o seu partido foi Governo, exigiu um conjunto de medidas que o ex-executivo nunca quis inscrever, apesar de ter tido a oportunidade de o fazer. 

O secretário-geral do PS começou por dizer que «só viabiliza um Orçamento do Estado para 2025 que não inclua, ou tenha como pressuposto, as alterações ao regime de IRS e IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação dessas propostas», como se fossem apenas estas as únicas medidas negativas previstas pelo Governo no Orçamento. Apesar disto, Pedro Nuno Santos fez questão de defender benefícios às grandes empresas para aumentos salariais, mesmo tendo em conta que essas mesmas empresas continuam a acumular lucros e têm capacidade de aumentar salários.

Após manifestar este elemento de discórdia, prosseguiu por enumerar aquilo que são as novas vontades do seu partido. Quer agora o PS um aumento extraordinário de pensões de 1,25 pontos percentuais até ao valor correspondente a três vezes o Indexante de Apoios Sociais, abrangendo pensões até aproximadamente 1565 euros e um regime de exclusividade no SNS, de adesão voluntária, que seja suficientemente generoso, de forma a reter e atrair profissionais para o SNS. 

Já o primeiro-ministro, Luís Montenegro, falou da reunião na VII Cimeira do Turismo Português. Começando por defender o dogmatismo fiscal que rege o seu Governo, no sentido de favorecer as grandes empresas, acusou o PS de ser «radical» por este não acompanhar tudo o que está inscrito no Orçamento, mas garantiu que entregará a Pedro Nuno Santos «uma contraproposta para salvaguardar o interesse do país e das pessoas». 

Pelo Chega, o irrevogável André Ventura admitiu esta quinta-feira a possibilidade de se sentar à mesa com Luís Montenegro para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025.

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