Durante a conferência Portugal Energy, o Presidente-executivo da REN, Rodrigo Costa, quis aproveitar o momento para desabar. Para Rodrigo Costa, «a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético é o imposto extraordinário mais recorrente que já vi na minha vida».
Tal como no caso da EDP, o presidente-executivo da REN considera que existe desciminação pois a REN tem uma carga fiscal maior que as outras empresas energéticas na Europa ao mesmo tempo que o «custo das nossas redes é em média 20% mais baixo do que o das redes de países comparáveis, como França, Espanha e Itália».
Quem ouvisse o Rodrigo Costa a falar poderia ficar com a ideia que a REN é esmagada por impostos, no entanto a CESE custou à REN 28 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o mesmo período em que a empresa registou lucros de 81,4 milhões de euros, o que representa um crescimento de 19,1% face ao ano passado.
Sobre os trabalhadores nada foi mencionado, como seria de esperar. O desabafo poderia significar que na ausência da carga fiscal haveria mais folga para aumentos de salários dos trabalhadores, só que nada foi dito. Algo até estranho uma vez que por via da Fiequimetal foi entregue à administração da REN uma proposta de aumento salarial imediato, para que os trabalhadores possam fazer frente ao aumento do custo de vida.
Os trabalhadores reivindicam um aumento de 200 euros, no salário-base de cada trabalhador, e uma actualização de 10,11% nas rubricas de expressão pecuniária. Apesar da vontade e disponibilidade da Fiequimetal para negociar, num comunicado lançado no passado dia 17 de Novembro, é lamentada a postura da administração da REN que recebeu em 2021 as propostas sindicais concretas sobre diversas matérias e ainda não replicou.
Para já sabe-se que o Presidente-executivo da REN, Rodrigo Costa, gostaria de aumentar a sua margem de lucro que já aumentou graças à inflação. Falta saber se é para distribuir dividendos pelos accionistas ou para aumentar os salários dos trabalhadores que estão a passar por dificuldades por essa mesma inflação.
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