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Um programa para o dia seguinte

Os portugueses falarão nas urnas. Os votos serão contados e o Presidente da República será eleito. Mas no dia seguinte, continuará a existir um país para construir.

Defender e recuperar parcelas da soberania nacional é condição de uma política que responda aos problemas do País
CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Neste domingo, 24 de janeiro, realizam-se as eleições para Presidente da República. Naturalmente que há data em que escrevemos este texto desconhecem-se os resultados do ato eleitoral. Porém, ao fim de um prolongado período de pré-campanha e campanha eleitoral é possível refletir sobre os programas e mensagens dos candidatos que se apresentaram aos portugueses.

Os sete candidatos não se assumiram todos por igual. Um aproveitou o período em análise para destilar o seu ódio pelo regime democrático (que designou por sistema), promovendo ideias xenófobas, racistas e fascistas. Esta figura menor do espectro político do nosso país, apesar de ser a personificação do mais medíocre populismo, constitui um perigo que exige particular atenção. E dele nada mais há a dizer.

Quanto aos demais seis candidatos, uns guiaram-se por agendas precisas tendentes a testar o que valem eleitoralmente. Outros trouxeram para a campanha temas úteis, mas inconsequentes nos caminhos propostos. Houve um que se manteve «sentado» na cadeira de Belém, limitando-se a transportar o Presidente da República em funções, sem esclarecer as múltiplas insuficiências e omissões que marcaram o seu primeiro mandato.

Entretanto houve um candidato que se apresentou com um programa coerente, datado com 45 anos de vida e portador – apesar dos sobressaltos de que tem sido vítima –, de valores e de experiências, inspirado pela ambição da construção de uma sociedade mais justa, alicerçada numa democracia social, económica e cultural. O programa é a Constituição da República Portuguesa e o candidato João Ferreira.

Com inteligência, convicção, coerência e firmeza, ao longo de toda a campanha, o candidato insistiu na defesa de um país desenvolvido, baseado no respeito pelos direitos consagrados na nossa lei fundamental.

Nos debates realizados, o candidato não teve necessidade de recorrer ao insulto ou a metáforas de inspiração populista, para expressar as suas propostas, firmando as suas intervenções nos superiores interesses do país e dos nossos concidadãos, postura que deve constituir o farol da missão do Presidente da República.

Os portugueses falarão nas urnas. Os votos serão contados e o Presidente da República será eleito. Mas no dia seguinte, continuará a existir um país para construir, direitos a defender, valores a afirmar, combates a travar e um programa a defender.

No pós-eleições, este candidato e o valioso coletivo onde se integra continuará na primeira linha, com inteligência, incansável energia, firmeza e determinação a lutar pelo Portugal de Abril.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AE90)

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