Pelo segundo ano consecutivo, as contas da Meo terminaram em perdas, mas desta vez com um aumento considerável do resultado líquido negativo, que passou dos 13 milhões de prejuízo para um total de 157 milhões de euros.
Segundo a edição de hoje do Público, as contas de 2017 voltaram a reflectir o elevado peso dos juros nas contas, na ordem dos 318 milhões de euros, que são consequentes da compra da PT Portugal em 2015, pela Altice.
A venda da PT Portugal, após um longo processo de privatizações promovido pelos vários governos do PS, PSD e CDS-PP, acabou por ser consumado em 2015 quando a Altice adquiriu a empresa-chave à brasileira Oi.
Para garantir tal apetitosa aquisição, a Altice baseou-se num endividamento em cerca de 5789 milhões, que desde então tem pago à custa dos rendimentos da empresa de telecomunicações, transferindo os encargos para a PT Portugal, que, por vez, acaba na Meo, com uma taxa anual de 6,4%.
Para além de a Meo andar a pagar por ter sido comprada pela Altice, também paga mais de 50 milhões de euros por ano para poder usar o nome da marca. Tal prática é imposta às diversas empresa adquiridas pela multinacional, à qual tem sido apontado o comportamento de «retrato de uma empresa vampira».
O modelo de expansão do negócio da Altice está assente num nível brutal de endividamento e a entrada em Portugal não foi excepção. De acordo com as contas de 2016, a dívida consolidada do grupo ultrapassava os 50 mil milhões de euros – mais de um quarto de toda a riqueza produzida em Portugal no ano passado.
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