Os trabalhadores da Pietec, sediada em Fiaes, no concelho de Santa Maria da Feira, cumprem hoje uma greve de 24 horas, convocada pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN/CGTP-IN) em resposta ao anúncio do despedimento de 41 operários.
Segundo o SOCN, a greve está a ter uma boa participação dos trabalhadores, que estiveram concentrados esta manhã à porta da empresa. Porém, foram surpreendidos com a presença de duas carrinhas da unidade de intervenção da GNR, que a própria afirma ter sido solicitada pela Piatec.
«O que há aqui é cumplicidade entre as forças de segurança e as entidades patronais, porque o Governo, em vez de pôr o Ministério do Trabalho a intervir em questões laborais para evitar um despedimento injustificado, tem o Ministério da Administração Interna a pôr cá a GNR para intimidar os trabalhadores», afirmou Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, que também esteve presente na concentração à porta da empresa.
Em causa nesta greve está o anúncio da entidade patronal de um despedimento colectivo de 41 trabalhadores, por alegada extinção do posto de trabalho, tendo a mesma já dispensado temporariamente uma boa parte dos operários. Estes afirmam que tal é uma represália por terem recusado a mudança para o regime de laboração contínua, supostamente criado para serviços que não podem ser interrompidos.
O sindicato salientou que «a estratégia da empresa é mais tarde voltar a contratar outros 41 ou mais trabalhadores» com os contratos em regime de laboração contínua, tendo até, em reunião, dito estar disposta a reintegrar os funcionários, caso assinem um «documento de concordância em passarem a trabalhar» nesse regime.
Por sua vez, Arménio Carlos reiterou que a «questão de fundo é que, se estes operários se mantiverem como estão hoje, o serviço ao sábado ou ao domingo é remunerado como trabalho suplementar, mas, se eles passarem ao regime de laboração contínua, o fim de semana vai ser pago como dia normal». Ou seja, «a empresa quer pagar menos».
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