Num comunicado intitulado «As ambulâncias já não usam as sirenes», a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) e a Federação dos Trabalhadores da Construção Civil da Grécia (FTCCG) afirmam: «Os trabalhadores sabem que o novo aeroporto e o crescimento capitalista em geral, em todos os países, é construído com o sangue e o suor dos operários.»
Ambas as organizações expressam a sua solidariedade aos trabalhadores que laboram na construção do terceiro aeroporto da maior cidade turca, em «condições de trabalho deploráveis» e «resistindo à violência e à repressão do governo turco», sublinhando, no documento, que irão levar a cabo «novas iniciativas para apoiar a sua luta», segundo revela o peródico turco Sol Haber, na sua edição em inglês.
Salientando que a luta e a mobilização de massas são o caminho para garantir a segurança da vida dos operários, os trabalhadores gregos afirmam que «as greves e as paralisações já forçaram o governo turco a adiar a grande inauguração prevista para 29 de Outubro».
Para o PAME e a FTCCG, tal resulta da pressão constante dos trabalhadores contra as «condições miseráveis de trabalho».
Desde que o novo aeroporto de Istambul começou a ser construído, 35 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho, segundo números divulgados por fontes oficiais. Os acidentes nesta obra não cessam e, «para esconder a negligência do governo, as ambulâncias no estaleiro das obras já não usam as sirenes».
De acordo com o Sol Haber, tal fica-se a dever ao receio de novos protestos por parte dos trabalhadores, depois do acidente mais recente, ocorrido no passado dia 25, e dos grandes protestos levados a cabo em meados deste mês.
No passado dia 12, na sequência de um acidente laboral em que 17 trabalhadores ficaram feridos, o novo aeroporto de Istambul foi palco de grandes mobilizações de protesto contra as condições de trabalho ali existentes e contra a repressão exercida pelo governo sobre os operários.
Os trabalhadores acusam a administração do consórcio İGA – que integra um conjunto de empresas de construção – de ser «o verdadeiro culpado» da situação, uma vez que «forçou os trabalhadores a laborar em condições desumanas».
No dia 14, o governo turco respondeu às mobilizações com a detenção de 405 trabalhadores, na sua maioria sindicalizados. No dia 19, mais 24 trabalhadores foram presos, por ordem de um tribunal.
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