A proibição da greve, revelada esta sexta-feira num decreto do governo turco, foi subscrita na passada quarta-feira pelo presidente e pelo primeiro-ministro da Turquia. De acordo com o portal industriall-union.org, o decreto especifica os 179 locais de trabalho onde a greve é interdita, alguns dos quais pertencem a multinacionais como Thyssenkrupp, Bosch, Ford, Mercedes Benz, Renault e Siemens.
A mesma fonte revela que a associação patronal do sector (MESS), que abrange empresas do ramo automóvel, de electrodomésticos, do ferro e do aço, convidou hoje as três organizações sindicais que convocaram a greve para uma nova ronda de negociações, mas que esta ficou sem efeito por causa do decreto governamental, que também proíbe quaisquer negociações entre sindicatos e patrões.
A greve, com início previsto para 2 de Fevereiro, foi anunciada pelos sindicatos, que representam 130 mil trabalhadores do sector metalúrgico na Turquia, depois de as negociações com o patronato, iniciadas no Outono do ano passado, terem falhado.
Num sector marcado pelos baixos salários e más condições de trabalho, pelas elevadas cargas horárias e altos índices de sinistralidade laboral, os sindicatos turcos reivindicam aumentos salariais substanciais – bem acima daquilo que os patrões apresentam.
A última proposta avançada pelo MESS foi rejeitada nos dias 11 e 12 deste mês por todos os sindicatos, que declararam o bloqueio na negociação colectiva e decidiram partir para a greve.
De acordo com a fonte referida, a proibição de greves é frequente na Turquia. Igualmente frequente é o facto de os sindicatos desafiarem essas proibições, tendo conseguido importantes vitórias para os trabalhadores nesse contexto de fragilidade legal a que são submetidos.
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