Centenas de pessoas participaram, esta terça-feira, na marcha anti-imperialista até à Embaixada dos EUA em Atenas, para assinalar o 47.º aniversário da Revolta do Politécnico de Atenas contra a ditadura dos coronéis.
Em declarações à imprensa, Dimitris Koutsoumbas, secretário-geral do Partido Comunista da Grécia (KKE), que organizou a marcha, sublinhou o número limitado de participantes e «o gesto simbólico do povo grego contra o imperialismo norte-americano, contra aquilo que o nosso país sofreu por causa dos Estados Unidos e da política da NATO».
A marcha anti-imperialista, a que aderem anualmente sindicatos e organizações populares, costuma ter uma participação de vários milhares de pessoas. Este ano, a mobilização decorreu num formato «contido», devido à Covid-19, com os participantes a usarem máscaras e a desfilarem pelas ruas do centro da cidade em filas bastante apartadas entre si, segundo divulgou a imprensa e tal como é possível verificar em várias fotos.
A marcha em honra do levantamento do Politécnico foi realizada desafiando as medidas decretadas pelo governo grego da Nova Democracia (direita), que proibiu aglomerações com mais de quatro pessoas durante quatro dias.
A decisão não foi acatada por sindicatos e outras organizações, que deixaram claro que a mobilização teria lugar. Em comunicado, o KKE classificou a medida como «autoritária», para lá de qualquer «medida sanitária», e acusou o governo grego de se aproveitar da pandemia como pretexto para impor o «seu plano reaccionário de serviço aos monopólios».
A marcha decorreu de forma pacífica mas, a dada altura, a Polícia de Intervenção carregou com violência, usando gás lacrimogéneo. Então, deixou de haver distanciamento físico, várias pessoas ficaram feridas e registaram-se diversas detenções.
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