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Síria continua a defender património e exibe 500 peças recuperadas

As 500 peças em exibição na Ópera de Damasco foram salvas pelo Exército sírio e lembram a pilhagem massiva de que o país tem sido alvo. Estima-se que milhares de artefactos estejam no estrangeiro.

Khaled al-Asaad, arqueólogo e director das Antiguidades e Museus em Palmira (Tadmur), foi executado pelo Daesh em Agosto de 2015
Créditos / pri.org

A exposição, inaugurada na semana passada pelo Departamento de Antiguidades da Síria, mostra cerca de cinco centenas de artefactos pilhados que o Exército sírio conseguiu recuperar no seu avanço contra as forças terroristas.

Entre as peças exibidas contam-se moedas, estátuas de bronze, ânforas e bustos raros da cidade antiga de Palmira, que, depois de muito maltratados pelo Daesh (o chamado Estado Islâmico), foram restaurados em Itália, segundo refere o Jakarta Post.

As peças «foram encontradas pelo Exército sírio e seus aliados, bem como por outras forças de segurança», depois de terem reconquistado cidades e sítios arqueológicos controlados pelos grupos terroristas, disse o director-geral das Antiguidades e Museus da Síria, Mahmoud Hamoud, acrescentando que abrangem «épocas históricas que vão do séc. X a.C. até ao período islâmico».

Hamoud sublinhou que, no total, já foram salvas mais de 9000 peças, provenientes de todas as regiões da Síria, incluindo a província de Deir ez-Zor, a de Daraa e a cidade antiga de Palmira, na província de Homs e classificada pela Unesco como património da humanidade.

Ao longo dos sete anos de guerra de agressão à Síria, dezenas de sítios arqueológicos foram destruídos, danificados e pilhados. Quando a cidade antiga de Palmira caiu em poder do Daesh, em 2015, alguns monumentos históricos foram destruídos e danificados, outros foram vendidos para ajudar a financiar a actividade do grupo terrorista.

Apesar de todo o esforço feito no sentido da recuperação e do restauro do património histórico, Mahmoud Hamoud estima que dezenas de milhares de artefactos pilhados continuem desaparecidos, muitos deles no estrangeiro e nas mãos de especialistas, à espera de os vender a coleccionadores privados, informa a Euronews.

«Alguns artefactos foram recuperados a partir do Líbano», disse Hamoud, que estima que «na vizinha Turquia devam permanecer milhares de tesouros arqueológicos [roubados à Síria], enquanto na Jordânia estão algumas centenas».

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