«Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela», referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a Lusa teve acesso. O Presidente da República, que é também o Comandante Supremo das Forças Armadas, já aceitou a exoneração e, em comunicado, disse esperar a indicação do seu sucessor por António Costa.
O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, «directo ou indirecto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto». O seu antigo chefe de gabinete de Azeredo Lopes, o tenente-general Martins Pereira, reconheceu esta semana ter recebido um memorando da Polícia Judiciária Militar sobre a operação que, no entanto, só entregou na passada quarta-feira às autoridades judicias civis que investigam o caso.
Azeredo Lopes não tinha qualquer ligação à Defesa até ingressar no Governo, em Novembro de 2015. Foi presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social entre 2006 e 2011 e chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, desde a sua eleição, em 2013, à sua tomada de posse como ministro.
Tal como noutras Negócios Estrangeiros, a Defesa foi das áreas em que o comprometimento do actual Executivo do PS com as orientações da União Europeia e, no caso, também com os interesses da NATO, foi mais evidente.
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