|Síria

Capacetes Brancos preparam nova provocação com substâncias químicas em Alepo

O alerta foi dado, esta segunda-feira, pelo Ministério russo da Defesa, de acordo com o qual o «braço mediático» dos grupos terroristas já está a realizar as filmagens dos ataques encenados.

Os Capacetes Brancos, acusados de serem uma filial da Al-Qaeda, são financiados pelas potências ocidentais
Créditos / veteranstoday.com

O chefe do Centro Russo para a Reconciliação na Síria, Vladimir Savchenko, declarou ontem à tarde ter recebido informação de residentes na província de Alepo sobre a preparação de uma nova provocação, por parte dos terroristas, com recurso a substâncias tóxicas.

O objectivo é, segundo o militar russo, acusar o governo e o exército sírio de «usar armas químicas contra a população local», indica a agência SANA.

Savchenko acrescentou que um grande número de «capacetes brancos» chegaram às localidades de Ezaz, Marea e al-Ra’ai, na província de Alepo, depois de terroristas terem transportado bidões com cloro e outras substâncias tóxicas a partir de Jisr al-Shughour, na província vizinha de Idlib.

Neste momento, membros dos Capacetes Brancos já começaram a realizar as filmagens dos ataques encenados, contando com a participação de diversos civis, não identificados pela população local, segundo referiu Vladimir Savchenko.

De acordo com a informação recolhida pelo Centro, o Ministério russo da Defesa entende que «os terroristas pretendem provocar as forças militares sírias, de modo a bombardearem a localidade de Marea», para depois apresentarem as suas filmagens como prova de que o Exército sírio usa armas químicas.

Sublinhando que o Centro vai acompanhar de perto esta situação e informar a opinião pública sobre os seus desenvolvimentos, Savchenko disse ainda que, com as filmagens, os Capacetes Brancos, quer exibir «as supostas "vítimas" do ataque químico».

«Fachada da Al-Qaeda e da al-Nusra»

Esta entidade fundada em 2014 e que se define a si mesma como uma organização não governamental para apoiar a população síria teve, deste então e por diversas vezes, a sua «máscara terrorista» retirada por várias organizações internacionais.

Também o Exército sírio revelou documentos que expõem a sua ligação à Al-Qaeda e à al-Nusra, e que evidenciam o seu papel na encenação de ataques químicos contra civis, com o objectivo de «culpar» Damasco e, assim, justificar ataques e um maior intervencionismo das potências ocidentais.

A «encenação de Douma»

Numa entrevista ao Daily Mail publicada no início de Junho, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que o alegado e muito badalado ataque químico em Douma, na região damascena de Ghouta Oriental, foi encenado conjuntamente pelos EUA e os seus «satélites» França e Reino Unido.


Dirigiu, então, fortes acusações ao Reino Unido, lembrando que este país «apoiou publicamente» e «gastou muito dinheiro» com os Capacetes Brancos, que classificou como «uma ramificação da Al-Qaeda e da al-Nusra em várias partes da Síria», e foram a organização directamente envolvida na encenação e divulgação do ataque químico em Douma, a 7 de Abril último.

Essa montagem, em concreto, serviu de base para que os EUA, o Reino Unido e a França atacassem posições e instalações do Exército Árabe Sírio uma semana depois, a 14 de Abril, mesmo sem terem qualquer prova do envolvimento de Damasco no alegado ataque químico e apesar de o governo sírio ter reiteradamente refutado as acusações contra si formuladas como «infundadas».

Investigações posteriores demonstraram não ter havido um ataque com armas químicas em Douma a 7 de Abril, que o vídeo que serviu de «prova» era falso, uma «encenação» montada pelos Capacetes Brancos.

Em Julho deste ano, quando o EAS avançava rapidamente contra as terroristas no Sudoeste do país, Israel transportou dali para a Jordânia, a pedido dos EUA e de diversos países ocidentais, várias centenas de membros da chamada «organização humanitária».

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