A falta do Comboio de Socorro do Barreiro

No último mês já sucederam três descarrilamentos, e a Comissão de Trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) alerta, neste contexto, para «a gravidade» da medida que a Infraestruturas de Portugal (IP) tomou ao eliminar o Comboio de Socorro da EMEF do Barreiro, e para a necessidade da intervenção do Governo para que este seja reactivado.

Dois descarrilamentos ocorreram nos dias 3 e 4 de Julho, com intervenções simultâneas dos comboios de socorro do Entroncamento e do Porto. O Comboio de Socorro do Porto não conseguiu fazer o carrilamento do comboio pesado de mercadorias do operador privado MEDRAIL, e foi necessário, após a conclusão do carrilamento do comboio de passageiros, seguir a composição de emergência do Entroncamento para fazer o segundo carrilamento.

No dia 15 de Julho, ocorreu outro descarrilamento de um comboio de mercadorias do operador privado MEDRAIL em Leiria / Regueira. Foram chamados os meios de socorro rodoviários de Campolide que manifestaram incapacidade para fazerem o carrilamento, tendo sido activado o comboio de socorro da EMEF do Entroncamento. O carrilamento durou cerca de 24 horas, ficando hipotecadas durante esse período as composições de socorro ferroviário do Entroncamento e de Lisboa.

Os trabalhadores da EMEF consideram que é comprovada a necessidade de manter o Comboio de Socorro do Barreiro, cujos meios estão vocacionados para o carrilamento de comboios de pesados de mercadorias. A equipa de socorro de Campolide, vocacionada para o carrilamento de comboios suburbanos de passageiros, não conseguiu fazer o carrilamento, tal como não conseguiria provavelmente fazer um carrilamento de um comboio pesado de mercadorias ocorrido nas linhas do Sul, onde anteriormente a 29 de Maio, existia o serviço do Comboio de Socorro do Barreiro. Este comboio, até ter sido extinguido, supria a necessidade de uma extensão de cerca de 600 Km de ferrovia que tinha a seu cargo.