Apesar de Malene Jensen, porta-voz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), ter afirmado que a situação é de tranquilidade, foram reforçados os efectivos deste contingente no Sul do Líbano.
Num comunicado a que a Prensa Latina faz referência, Jensen revela ter tido conhecimento das operações iniciadas esta madrugada por forças militares israelitas junto à fronteira com o Líbano, alegando que pretendem vedar túneis escavados pelo Hezbollah.
No mesmo texto, emitido hoje, a UNIFIL afirma que «está em contacto com todas as partes, para manter a calma e a estabilidade».
De acordo com a imprensa libanesa, o Exército israelita levou tanques e veículos de construção para as imediações da fronteira, tendo começado a escavar terreno perto da cidade fronteiriça de Metula, no extremo Norte do país.
As mesmas fontes referem que as forças da UNIFIL estão a monitorizar as manobras de Israel e que o Exército libanês está a patrulhar a fronteira.
A operação foi anunciada pelo porta-voz militar israelita Jonathan Conricus, de acordo com o qual «vários túneis» escavados pelo Hezbollah no Líbano «penetraram em território israelita». Não especificou o número de túneis, nem como serão desactivados, mas disse que a operação teria lugar dentro do território ocupado por Israel.
Afirmando que os túneis «não constituem uma ameaça imediata», declarou que diversas áreas junto à fronteira, incluindo a cidade de Metula, tinham sido declaradas «zonas militares interditas».
O anúncio desta operação segue-se a uma reunião entre o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, na qual foram abordadas «vias para bloquear o Irão e os seus representantes», em alusão à Síria e ao Líbano.
Hassan Nasrallah avisa Israel
O movimento de resistência libanês, que ajudou o Líbano a pôr fim às agressões israelitas de 2000 e 2006, é visto como a força militar de facto do país.
Ao longo da guerra de agressão a Síria, assumiu um papel fundamental como aliado do Exército Árabe Sírio no combate aos grupos terroristas, como o Daesh e a Frente al-Nusra, promovidos pelas ditaduras do Golfo, Israel, a Turquia e as potências ocidentais.
Numa mensagem divulgada por vídeo, o secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, avisa Israel – como o tem feito em várias ocasiões – que se arrependerá se lançar uma nova guerra contra o Líbano. «Se se atreverem a atacar, vão lamentar-se», adverte.
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